Petrolina: Idosa de 92 anos aguarda por cirurgia há um mês; HU explica demora

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“Já marcaram a cirurgia duas vezes, deixando ela horas e horas em jejum e cancelam, disse Severino. (Foto: Reprodução)

Descaso, insatisfação e dor são companheiros de uma idosa de 92 anos que há quase um mês de espera por uma cirurgia no fêmur no Hospital Universitário da Univasf (HU). A equipe de reportagem do programa Nossa Voz esteve no Hospital na manhã desta terça-feira (12) para ver de perto a situação que Luzia Justina Aires de Oliveira está enfrentando juntamente com seu neto, Severino Aires de Oliveira.

Severino Aires lamenta a situação. “É triste de mais o que está acontecendo com minha avó. Ontem questionei na Ouvidoria Pública sobre o direito do idoso, para onde foi? O que dizem é que tenho de 5 a 30 dias para ser respondido sobre isso. Isso não existe? Além da minha avó, tem gente aqui com o fêmur quebrado desde setembro. É lamentável essa situação. Outra coisa, ontem contei 42 pacientes, deitados em macas nos corredores e também próximo a lanchonete tinha pacientes tomando soro”, denunciou.

“Vai fazer um mês que minha avó deu entrada no Hospital de Traumas, no dia 13 de outubro, com o fêmur quebrado e até hoje não foi operada, eles marcaram a cirurgia por duas vezes deixando ela horas e horas em jejum e cancelam. Fui buscar informações com os responsáveis e eles falam que não há vaga na UTI para observação de 48 horas após a operação e teve um funcionário que disse que tem paciente que está desde o começo do mês setembro esperando para operar do fêmur e nada acontece isso”, contou Severino.

Sobre essa denúncia, o Hospital Universitário enviou nota de esclarecimento ao Nossa Voz. Confira:

O procedimento cirúrgico eletivo da senhora Luzia Justina Aires de Oliveira (91) ainda não foi realizado por conta da necessidade de disponibilidade de leitos de UTI para acompanhamento pós-operatório. Devido ao estado de superlotação que o Hospital Universitário se encontra, a oferta de leitos de UTI fica comprometida, já que a unidade precisa priorizar a alocação desses leitos para os casos emergenciais que acarretam risco imediato de morte aos pacientes.

Aproveitamos a ocasião para continuar contando com o apoio da imprensa no sentido de sensibilizar as autoridades e demais municípios da rede PEBA para que estes possam disponibilizar novas unidades de saúde para as mais de 2 milhões de pessoas que hoje, em alguns casos, dependem somente do HU para serem atendidas. A paciente, sr ª Luzia Justina, continuará sendo acompanhada pela equipe de saúde do hospital que realizará a cirurgia tão logo as condições indispensáveis para o seu tratamento seguro e eficaz forem permitidas.

Ressaltamos ainda que o HU vem acionando órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) para colaborar no trabalho de responsabilização dos municípios integrantes da Rede Interestadual de Saúde na tentativa de desafogar o Hospital. O Hospital Universitário possui 130 leitos, mas hoje (11), existem 208 pessoas internadas, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 170%. (Da Unidade de Comunicação Social)

(Por: Iara Bispo/ Nossa Voz)