5 milhões de brasileiros tentaram renegociar dívidas apenas em 2022, aponta dados da CNC

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O caminho para limpar o nome é mais tortuoso do que parece no discurso político. Tema recorrente nas propostas dos candidatos a cargos eleitorais, o endividamento das famílias brasileiras é motivo de preocupação entre especialistas, que pedem paciência a quem está sem dinheiro para pagar as contas, e prudência contra empréstimos bancários que podem levar ao superendividamento. Para eles, vale até criar um caderninho de anotações e aplicar um post-it no cartão de crédito físico como lembrete para evitar compras desnecessárias.

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados em agosto, mostram que oito em cada 10 famílias (79%) possuem algum tipo de dívida. A pesquisa revela ainda que 29% delas estão inadimplentes, com contas já vencidas.

O alto índice de endividamento causou um movimento pela renegociação de dívidas, envolvendo bancos e empresas de avaliação de crédito. Instituições financeiras como Banco do Brasil, Bradesco e Santander mantêm programas para aliviar a situação dos endividados. A elas se juntam plataformas como Serasa, Acordo Certo e Bravo, que oferecem on-line aos consumidores a chance de resolverem pendências financeiras com descontos que podem, em alguns casos, chegar a 90%.
Apenas no Serasa, mais de 5 milhões de pessoas acessaram o serviço Serasa Limpa Nome (https://www.serasa.com.br/limpa-nome-online), nos oito primeiros meses deste ano, em busca de informações sobre como sair do endividamento. O número é 14% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Desse total, 53% encontraram oportunidades para negociar as dívidas, segundo informações do órgão.

Passo a passo

O modelo oferecido pelas plataformas é parecido. Nelas, o consumidor pode consultar as dívidas fornecendo o número do CPF. No caso da Serasa, cujo aplicativo também está disponível no Google Play e na App Store, as consultas podem ser feitas por meio de ligação gratuita, pelo número 0800 591 1222 e pelo WhatsApp (11) 99575-2096. A consulta também está acessível em qualquer agência dos Correios, porém, não de forma gratuita. Para isso, é preciso pagar uma taxa de R$ 3,60.

Após a consulta, o site direciona o consumidor para uma página que reúne todas as suas possíveis dívidas. No mesmo endereço, ele recebe dos credores, previamente cadastrados na plataforma, ofertas de renegociação das dívidas. Ainda on-line, o consumidor pode pedir para pagar o montante devido, baixar o boleto e concluir o processo, limpando o nome.

O setor de telecomunicações foi responsável por 54% dos acordos firmados neste ano, abrangendo dívidas com empresas de telefonia, internet e tevê por assinatura. As securitizadoras, empresas que intermedeiam a negociação de dívidas, responderam por 27% dos acordos. O setor de varejo responde por 8% das negociações.

Por região, o Sudeste registrou o maior número de renegociações no período, com 45% dos casos. Logo em seguida vêm o Nordeste (22%), o Sul (12%), o Norte (9%) e o Centro-Oeste (com 8%). Goiás foi o estado do Centro-Oeste com maior número de pessoas que buscaram negociar as dívidas por intermédio do Serasa, com 169.416 mil interessados. O Distrito Federal registra 83.092 procedimentos.
(Foto: Reprodução)