As queimaduras causam, no Brasil, cerca de 150 mil internações por ano. Desse total, 30% das vítimas são crianças. Esse é um dos alertas deste Junho Laranja – iniciativa que busca combater e prevenir acidentes com queimaduras. A campanha chega para conscientizar a população sobre a importância de adotar medidas preventivas, como o uso de fogos de artifício com segurança e a atenção ao manusear objetos quentes.
No Recife, ao longo deste mês de junho, os profissionais do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital da Restauração (HR) se engajam na campanha contra queimaduras, promovida pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Neste ano, o movimento Junho Laranja tem como slogan Queimaduras. Na minha casa não! e chama atenção sobre os cuidados para evitar acidentes no ambiente doméstico.
De acordo com o médico Marcos Barretto, chefe do setor de queimados do HR, diariamente chegam ao hospital casos de pessoas que se feriram em casa.
“Durante este período junino, nós, profissionais de saúde, fazemos o alerta sobre o assunto, mas (queimadura) é atemporal e faz vítimas o ano inteiro, principalmente em casa. E a maioria delas faz parte das classes mais vulneráveis, C e D, que não têm instrução”, afirma o médico.
Na região Nordeste, o assunto entra em evidência neste mês com a tradição das festas juninas. É um período em que as fogueiras e o uso de fogos de artifício comemoram os santos da época (Santo Antônio, São João e São Pedro). Essas são as ocasiões mais frequentes para a ocorrência de queimaduras.
“Não é recomendado pular fogueira, uma vez que a pessoa pode cair, ter queimadura de até terceiro grau e até morrer, dependendo da extensão da lesão. Também é preciso tomar cuidado com os fogos de artifício, principalmente as crianças, uma vez que podem acontecer queimaduras graves e até mutilação de membros com a explosão dos fogos”, adverte o bombeiro civil Almir Lima, do Hospital Miguel Arraes (HMA).
A unidade de saúde localizada em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, fica em alerta para atendimentos neste período.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 180 mil pessoas morrem, por ano, em consequência de queimaduras, que são a quinta causa mais comum de lesões não fatais na infância.
De acordo com o coordenador de Ortopedia e Traumatologia do HMA, Adauto Telino, as queimaduras não fatais podem causar hospitalização prolongada, desfiguração e incapacidade – muitas vezes resultam em cicatrizes e deformidades.
“O trauma provocado pode trazer graves consequências à vida do paciente, como sequelas permanentes que dificultam as simples tarefas do dia a dia, a exemplo das amputações e de lesões na visão e na audição. Tudo isso por um acidente que poderia ser evitado pelo simples fato de não manipular fogos de artifício ou de ter cuidados redobrados ao fazê-lo”, explica o especialista.
Fonte: JC