Assegurando alinhamento com o ex-presidente Lula PT), Marília Arraes (SD) teceu duras críticas a monopolização do pré-candidato à presidente em um palanque único em Pernambuco. Em entrevista ao Nossa Voz desta terça-feira (12), Marília inclusive rebateu as declarações feitas por Humberto Costa (PT), que reforçou que Lula estaria ao lado de Danilo Cabral (PSB) na Frente Popular.
“É até um paradoxo ele dizer que não vai ser uma eleição fácil, mas dizer que aqui Lula vai rejeitar apoio. Pelo amor de Deus. Eu nunca vi político rejeitar apoio de ninguém. Pergunte a qualquer prefeito, vereador, a qualquer pessoa que exerce a política minimamente, ninguém rejeita apoio principalmente numa eleição difícil. Então, sinceramente essa fala não faz o menor sentido. O que a gente vem sentindo é um desespero enorme do PSB, porque é um candidato que não cresce nas pesquisas”, apontou.
Ela também aproveitou o momento para fazer uma análise do adversário, Danilo Cabral. “Se você observar o candidato apoiado pelo governo na Bahia, já deu uma crescida, uma reagida. O daqui não cresce porque não tem luz própria nenhuma, não tem uma história de militância, junto ao presidente Lula nem se fala porque votou enrolado na bandeira do Brasil, fazendo um discurso gritando pelo impeachment. Na campanha de 2020, aqui na capital, no Recife, participou da campanha mais podre que contra o PT que já se fez no Estado de Pernambuco. Enfim, não tem uma história junto ao presidente Lula, nunca teve uma visibilidade aqui em Pernambuco, os mandatos na Câmara Federal foram tímidos. Então, está neste desespero enorme e com certeza, ouso dizer, que vão tentar repetir a baixaria que fizeram em 2020 comigo. Por causa do desespero e quem está desesperado faz qualquer coisa”.
A pré-candidata ao governo do estado também falou sobre o alinhamento com Júlio Lóssio Filho (SD) e os rumores de que o ex-prefeito Júlio Lóssio poderia compor sua vice ou até mesmo ocupar a candidatura ao Senado em sua chapa. Ela aponta o jovem pré-candidato a deputado estadual como um “importante reforço”, fez uma breve retrospectiva sobre a montagem de chapas proporcionais competitivas com expectativa de eleger sete candidatos a deputado estadual e três a deputado federal.
“Temos uma tropa que vai estar conosco nas ruas e um desses soldados será Julinho que estará com a gente, no Sertão do São Francisco, defendendo a nossa proposta. O ex-prefeito Júlio Lóssio, nós temos conversado, obviamente. Ele está querendo ajudar tanto no programa de governo, quanto nessas articulações e na candidatura do filho, Mas vamos esperar as composições que podem acontecer. Ainda faltam quatro meses para as convenções, falta muito para acontecer. Acredito que ainda vai ter muita conversa pela frente, inclusive, que alguns partidos provavelmente vão sair da Frente Popular para disputar a eleição na oposição”, revelou.
Além das composições previstas com possíveis dissidentes do palanque de Danilo Cabral, Marília também comentou sobre as especulações acerca de um alinhamento com os demais pré-candidatos de oposição ao governo do estado ainda em primeiro turno.
“Acho que é importantíssimo que a gente busque o diálogo entre a oposição, venho defendendo isso desde sempre e a gente não vê a oposição acertando na estratégia. Eu sempre fui muito procurada por todos, quando não tinha partido para disputar a eleição, chamada para ser senadora. Só que nas pesquisas a gente sempre liderava, bem à frente dos outros candidatos, mas não tinha um partido para disputar. Depois que a gente conseguiu um partido para disputar a eleição, montou chapas hipercompetitivas para federal e estadual, esse cenário mudou e a gente está tentando dialogar no sentido de unir, não somente integrantes da oposição, mas também, integrantes que hoje fazem parte da Frente Popular, com vários partidos que fazem parte da Frente Popular, porque não é só o povo que está insatisfeito não”, sentenciou, listando que a população tem queixas recorrentes sobre problemas na saúde, falta de segurança, com a constante falta d’água.
“O povo está insatisfeito e os políticos estão também. Então, meu posicionamento tem sido de buscar diálogo, de buscar articulação, de buscar uma estratégia melhor de derrotar o PSB e que envolve, sim, uma unidade. Ainda faltam quatro meses para a eleição, acho que ainda tem muita conversa para fazer e acho que a gente precisa buscar a unidade do grupo de oposição. Agora, não pode é ficar falando dos aspectos pessoais, de suas opiniões, das suas próprias vontades e tentando colocar isso numa mesa para se discutir. A gente tem que jogar o jogo com tabuleiro do jeito que está posto, claro, depois que a gente entrou precisa esperar para dar uma arrumada, feito caminhão de melancia, para dar uma arrumada no meio do caminho e aí vamos continuar conversando que com certeza todos estão com as melhores intenções possíveis para Pernambuco.