Nas expectativas para que o Projeto de Lei, que define o piso salário dos enfermeiros, seja aprovada no Congresso Nacional, o Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (Seepe)/Subsede vieram à Petrolina (PE) para tentar um diálogo com o prefeito Simão Durando (UB) e abordar as necessidade dos profissionais de enfermagem no município.
Em entrevista ao Programa Nossa Voz, Ludmilla Outtes, presidente do sindicato, afirmou que existe uma convocação em aberto em Petrolina para convocar novos profissionais e uma sobrecarga nos postos de saúde. “Tivemos em no gabinete do prefeito tentando uma conversa, mas sem previsão de reunião com o prefeito, o que é nossa intenção. Existem denúncias de falta de profissionais nas unidades de saúde, foram criadas novas vagas para atender a demanda dos pacientes, porém a prefeitura não está fazendo a convocação desses profissionais”, contou.
A Câmara dos Deputados, aprovou em março, por 458 votos a 10, o requerimento de urgência para a apreciação do texto do Piso Salarial da Enfermagem brasileira, PL 2564/2020. A categoria contou que houve uma reunião com Arthur Lira (PP-AL), presidente da câmara, que definiu um prazo de 5 semanas para o projeto ser colocado em votação, mas, que até o momento, nada foi definido. “Esse prazo chega ao fim nesta semana, mas até agora não foi definida a data que o PL será colocado em pauta”, disse.
Carmela, representante da categoria, contou que os reconhecimentos dos profissionais precisam ser para além de falas apreciadas e que isso seja refletido na valorização salarial dos enfermeiros. “A gente não vive de aplausos e atos de heroísmos, e os salários são realmente baixos. Pernambuco paga o pior salário para a categoria. Um técnico recebe R$745, o estado paga menos de um salário mínimo, um enfermeiro recebe R$1200 por 30 horas, e um enfermeiro com mestrado e doutorado, não recebe nem 2 mil reais. Uma categoria que cuida da vida do outro, que é o sustentáculo da assistência básica, que cuida desde a concepção até o pós-morte, ela não pode ser tratada com esse desdém”, afirmou Carmela.
Em Pernambuco, o sindicato contou que desde o PSB está no governo do estado que os profissionais de enfermagem não recebem um reajuste salarial. “Desde que o PSB está no poder, há 16 anos, que ele está congelado. Depois de muitas lutas, de ir às ruas muitas vezes é que agora veio um pequeno reajuste diante esse caos que estamos vivendo, e que não chega há 20%”.
A categoria denuncia uma manobra realizada pelos os donos de planos de saúde, que financiam campanhas eleitorais de deputados para que o Projeto de Lei não seja aprovado. “Não tivemos o PL votado e isso se deve a pressão que os donos dos planos de saúde de hospitais particulares estão fazendo. Infelizmente, muitos desses empresários financiam as campanhas eleitorais e acabam amarrando vários deputados e senadores, mas a gente sabe que a nossa pressão é muito maior”.