Danilo destaca serviços prestados ao Estado, diz que Miguel usou verba de orçamento secreto e é “ingrato” com Bolsonaro

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O pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB, Danilo Cabral, assegura não estar ansioso em pontuar bem nas pesquisas de intenção de voto. Até o momento, o deputado federal ainda não figurou entre os três melhores posicionados, mas assegura ter vivenciados experiências exitosas de candidatos do seu partido que começaram em último nas sondagens e foram eleitos com votações expressivas a exemplo de Eduardo Campos, escolhido para governador 2006 e Geraldo Júlio, eleito prefeito do Recife em 2012. em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (02), Cabral comentou sobre as credenciais que apresenta para a disputa deste ano. 

“Nós estamos neste momento finalizando a composição dessa chapa, tivemos diálogo com 12 partidos políticos, todos os partidos sem exceção, que compõem a nossa Frente Popular tem quadros que podem ter legitimidade para ocupar tanto o posto de vice-governador como também o posto de candidato a senador. Estamos ultimando os diálogos para que a gente possa apresentar essa chapa nos próximos dias e a partir disso a gente poder intensificar, o que já iniciamos enquanto pré-candidato a governador,  o diálogo com o povo de Pernambuco para que a gente possa construir o pensamento que vai orientar, inclusive o nosso programa de governo”, apontou. 

Ele também destacou sua atuação como deputado federal, reforçando estar sempre presente no estado, além de relembrar sua atuação como secretário de educação na gestão Eduardo Campos apontando conquistas importantes no setor, a exemplo da implantação das escolas de tempo integral. Danilo ainda fez questão de falar sobre suas origens por ser do interior, mais precisamente da cidade de Surubim. 

Sobre a declaração de Marília Arraes, que na semana passada disparou ser a candidata de Lula enquanto Cabral seria o candidato de Paulo Câmara, o pré-candidato socialista além de destacar a agenda conjunta com o ex-presidente nos últimos 40 dias, fez questão de relembrar a declaração da última sexta-feira, quando o petista declarou seu apoio. 

“Acho que está muito claro que quem disso isso foi o próprio presidente Lula, que nós seremos  a alternativa com quem ele vai caminhar aqui no Estado. Como eu disse, acho que Pernambuco  deseja fazer esse reencontro com o Brasil, dos tempos áureos de Lula com Eduardo Campos e as pessoas sabem efetivamente quem esteve ao lado de Arraes e do  próprio Eduardo durante toda a sua trajetória. Tenho 35 anos de vida pública, sou um servidor público, comecei minha militância política no movimento estudantil junto com Eduardo Campos (…) e de lá até o fatídico 13 de agosto (2014) sempre estivemos do mesmo lado. A gente nunca mudou de lado, tem gente que muda de lado em função de um projeto pessoal. Eu faço parte de um projeto político que representa a Frente Popular de Pernambuco, que tem história”. 

Sobre o Pacto pela Água, proposta anunciada recentemente pelo socialista, ele destacou os investimentos feitos pelas gestões do PSB orçadas em R$ 12 bilhões investidos entre 2010 e 2020. Este ano, segundo o pré-candidato, serão empregados R$ 1,3 bilhões só este ano. 

Apesar disso, Danilo reconhece que Pernambuco ainda possui o pior balanço hídrico do país, indicador que mede a oferta de água por concentração populacional. “Para que a gente  possa resolver esse problema é preciso fazer um conjunto de investimentos para dar uma estabilidade, um equilíbrio hídrico do Estado. Ou seja, fazer o investimentos em adutoras, barragens, na própria transposição para chegar água onde não tem e integrar essas bacias. (…) Qual é o nosso desafio agora? É fazer a melhoria no sistema de distribuição. Não basta só a água chegar, tem que ser com qualidade e com mais frequência, ou seja, menos tempo de rodízio”. 

Sobre a declaração do ex-prefeito de Petrolina e pré-candidato a governador, Miguel Coelho, que a proposta do Pacto pela Água “debocha” dos pernambucanos, Danilo Cabral rebate dizendo que o opositor demonstra ingratidão dos investimentos já feitos pelas gestões pessebistas.  “Em relação ao que ele disse, acho que a gente precisa fazer alguns esclarecimentos. Petrolina tornou-se, segundo dados oficiais, na prestação de serviços, é a 32ª cidade do  Brasil, a terceira do Nordeste no ranking de saneamento divulgado pelo instituto Brasil. Tem 100% de atendimento de água e esgoto em 84% e quem fez isso foi a Compesa, que é a responsável por essa execução. Acho que tem na palavra do ex-prefeito Miguel uma certa ingratidão em relação aquilo que foi feito pelo Estado e pela Compesa no próprio abastecimento de água de Petrolina”, apontou.

Cabral aproveita a linha de raciocínio para relacionar que Miguel oculta o presidente Bolsonaro do seu palanque. “Isso não é novidade porque a ingratidão está presente também na fala de Miguel quando ele esconde o apoio que ele tem do presidente Bolsonaro. Acho que a gente não pode esconder as coisas. Eu tenho uma posição muito clara, as pessoas conhecem a minha história, as coisas que eu fiz, sabem que é o meu palanque, que é a Frente Popular, de Lula e o ex-prefeito Miguel esconde Bolsonaro. A gente sabe que ele tem uma ingratidão”.

Indo além nas composições de palanque, Danilo ainda destacou que os recursos empregados em Petrolina integram o polêmico orçamento secreto do governo federal. “Estão os jornais divulgando, por exemplo, um conjunto de recursos que foram destinados a Petrolina no chamado orçamento secreto, que é uma coisa que está sendo muito questionada no Brasil. Não estou dizendo que foi errado ou certo, quanto foi  gasto. O fato é que chegou dinheiro do orçamento secreto à Petrolina e foi carreado através da ação do senador Fernando Bezerra Coelho, que liderava o governo Bolsonaro até pouco tempo e o ex-prefeito Miguel não cita isso. Isso é uma coisa em que as pessoas deveriam ter franqueza com a população”, cobrou. 

Ao finalizar, o deputado ainda citou o processo de privatização da Eletrobrás, relacionando a uma possível intenção de Coelho de privatizar a Compesa em Pernambuco. “O palanque do prefeito Miguel é o responsável por querer vender a Eletrobrás, agora está imposto isso, votaram favorável a venda da Eletrobrás, isso significa vender a Chesf e vender a Chesf significa a caixa d’água do Nordeste, que é o São Francisco. O São Francisco, que é tão importante para Petrolina, teve nas digitais da família Coelho a venda do seu rio. Também teve da parte de Miguel o desejo de privatizar. Isso é o que ele também deseja em relação à Compesa. Ele precisa ser franco, eu sou contra a privatização da Compesa, um órgão responsável pela política de distribuição de água, do abastecimento, saneamento, é uma empresa pública e precisa ter o interesse público orientando ela e não o lucro. E o que ele deseja fazer em relação a Compesa é a mesma coisa que ele tá tentando fazer com a Eletrobrás e a Chesf, ou seja, vender aquilo que é o patrimônio do povo pernambucano que é a água”, cravou