Crítica contumaz da aliança entre o PT e o PSB em Pernambuco, a pré-candidata a governadora de Pernambuco, Marília Arraes (SD) faz questão de destacar o voto favorável da bancada socialista ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na época,o pré-candidato a governador pelo PSB, Danilo Cabral era secretário de Planejamento e Gestão do governo pernambucano em 2016 e deixou o cargo para reassumir o mandato na Câmara dos Deputados apenas para votar a favor do afastamento da petista. Entretanto, o seu pré-candidato a vice, Sebastião Oliveira (Avante)se abstev e o futuro postulante ao Senado, André de Paula (PSD), também foi favorável ao que a própria Marília chama de “golpe” contra Dilma.
Questionada pelo Nossa Voz sobre a situação, Arraes ameniza. “A crítica ao posicionamento de partidos em geral contra a presidenta Dilma permanece, continuo pensando da mesma maneira. Acho que foi um erro histórico que foi cometido, mas como disso, nós vivemos numa democracia e apesar de achar que foi um movimento bastante antidemocrático, respeito os que pensam diferente, acho que é o momento de olhar para frente”.
A decisão de Lula de unir-se a Geraldo Alckmin serve como lastro para os companheiros de chapa. “Inclusive o próprio presidente Lula está fazendo isso. Quem é o seu vice é Geraldo Alckmin, quem está votando em Lula, está votando em Alckmin também. A gente está num momento em que o presidente é Bolsonaro e que, ou a gente une forças para derrotar Bolsonaro ou nós vamos terminar destruindo o Brasil, a democracia. Ele ameaça a democracia a todo momento, ameaça o STF, os outros poderes da república. Então esse é o momento de olhar para frente”, assinalou.
Ladeada por dois homens no processo, Marília fez questão de assegurar a sua liderança. “Quero garantir a você, quem está liderança deste processo sou eu, Marília Arraes. Arraes, durante toda a sua vida montou chapas com a diversidade de correntes político partidário muito grandes, mostrando essa capacidade de união e nem por isso deixou de fazer um governo que priorizasse os que mais precisam, que tivesse esse viés, diretriz de esquerda”, afirmou relembrando que todos do seu grupo votam em Lula. “Eles pensam desta maneira, eles acham que Lula é o melhor para o Brasil”.
Ainda segundo Marília, há uma diferença fundamental entre os posicionamentos de Sebastião e Andre e as atitudes dos integrantes do PSB nas últimas disputas eleitorais. “Se você observar, na chapa do PSB é o contrário. Tem um candidato que fez um discurso efusivo neste voto do impeachment, o PSB foi essencial para derrubada de DIlma porque sem os votos deles ela não teria sido derrubada. E a grande crítica não é essa, é a falta de posicionamento, o oportunismo. A grande crítica é em relação ao posicionamento político porque teve essa questão do impeachment, mas teve também vários episódios. A campanha de 2016 contra João Paulo no Recife foi baseada no anti petismo, no anti Lula, no anti Dilma. Depois de 2018, de repente, eles viraram a chave para poder apoiar Lula, Paulo Câmara, vocês acompanharam, retirando a nossa pré-candidatura. 2020 foi a campanha com a maior baixaria que o Recife já viu, agredindo o presidente Lula, tudo que não prestava era culpa do PT, de corrupção e tudo. E de repente, viram a chave de volta agora para serem lulistas de carteirinha”, criticou.