Gilmar cobra transparência na Câmara de Petrolina e critica gestão de Aero: “Quando a população vai àquela Casa, se frustra”

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O vereador, Gilmar Santos (PT), listou uma série de problemas identificados no município que necessitam de ações urgentes e esbarram na lentidão da tramitação de projetos na Câmara Municipal de Petrolina. Em entrevista ao Nossa Voz na manhã desta segunda-feira (18), o parlamentar de segundo mandato, falou sobre os projetos de sua autoria que deram entrada na Casa Plínio Amorim e que ainda não seguiram para votação porque a mesa diretora estaria tomando a decisão política de não pautá-los.

“A gente lamenta muito. Não que sejamos contra as homenagens que ocorrem para as pessoas que têm  prestado um serviço para a população. Garantir homenagem, título de cidadão, de entrega  de medalhas,  não somos contra isso. O que a gente lamenta é que diversos  projetos importantes que vão garantir direitos para a nossa população estão travados e me parece que é uma posição política da mesa diretora, do presidente da Câmara, em não colocar esses projetos como prioridade porque não é por falta de cobrança”, afirmou o vereador completando ter feito a cobrança em diversas sessões ordinárias. 

De acordo com Gilmar Santos, Projetos de Lei  que tratam de diversos assuntos aguardam a apreciação. Entre eles está a transparência na fila de marcação de consultas e exames no Sistema Único de Saúde em Petrolina. “Nós vamos ter uma melhor qualidade no serviço, vamos saber como é que o dinheiro da nossa população está sendo aplicado, vamos saber se existe ou não os fura filas. Nós temos notícias de que, inclusive vereadores, que usam do seu cargo para fazer esse manejo das consultas, dos exames e que muitas vezes são utilizados como uma troca eleitoral. O que é lamentável a gente ter esse tipo de prática, onde vereadores usam as dores, sofrimento, a doença da nossa população para se beneficiar”. 

O combate à pobreza menstrual também está no foco do debate.  “Nós sabemos que  é uma discussão nacional, onde várias jovens, várias mulheres em situação de vulnerabilidade não tem condições de fazer a sua  higienização. É uma situação muito triste, ainda mais neste cenário nacional, onde o aprofundamento da pobreza, a situação de miséria, vai afetando a nossa população, especialmente nas periferias, e muitas  jovens estão evadindo, deixando de frequentar a escola por essa situação de constrangimento. E o que estamos apresentando neste projeto é que o município desenvolva uma ação para  distribuir gratuitamente absorventes nas unidades escolares, mas também em outros espaços para que a gente supere essas situações de constrangimento e exclusão sobre mulheres do nosso município”, detalhou. 

Para Santos, silenciar essas iniciativas alimenta a prática de assistencialismo onde as pessoas não têm acessos aos serviços gerenciados pelo Executivo Municipal. “Interessa para uma gestão municipal para um grupo político que não tem como foco principal a estruturação de políticas públicas. Para esse poder público que temos hoje, para esse grupo político que assume a gestão aqui  no município, quanto mais desestruturada estiver a política pública, é melhor para se fazer assistencialismo, para utilizar a miséria do povo, é melhor para, inclusive se fazer possíveis desvios de recursos públicos porque quanto menos estruturada estiver a política pública, fica melhor. A desorganização da gestão municipal acaba favorecendo interesses particulares”.

Sobre o aumento da bancada de oposição que receberam três vereadores que antes integravam a bancada de apoio ao prefeito Simão Durando, ao qual ele faz oposição, Gilmar deixou claro nunca ter mudado sua posição por conveniência, nem ter disposto da indicação de cargos na administração pública municipal, demonstrando um relativo desconforto com o ingresso dos parlamentares Gaturiano Cigano, Ronaldo Silva, Alex de Jesus e Júnior Gás. “Eu nunca fiz média com gestão municipal, fiz média com grupo político qualquer para tirar benefício próprio em relação a minha atuação política. Meu compromisso é com a população e aí a gente consegue fazer um debate muito tranquilo em defesa do povo, fazendo as críticas à  gestão municipal, mas também proposições”, apontou. 

Gilmar ainda avaliou a gestão de Aero Cruz. “Eu não votei no presidente Aero. Durante agora a reeleição do presidente Aero, eu também me posicionei contrário, porque achei imoral um presidente que foi eleito para dois anos de cargo, de mandato, antes de completar um ano da sua gestão ele já faz eleição ou seja, é mínimamente imoral, por mais que isso não seja para a Justiça considerada ilegal”, iniciou, relembrando que entrou com uma ação judicial buscando a anulação desse pleito.

“Não existe transparência nos recursos da Câmara Municipal. Por sinal, todo dia 20 de todo mês, o presidente da Casa precisa apresentar um relatório com todas as receitas e despesas e a gente tem cobrado isso, mas a resposta não vem. Segundo o regimento, o presidente deve apresentar e distribuir entre os vereadores essa prestação de contas. Desde a gestão de Osório não tem. Inclusive, a gente deve judicializar, é recurso da população. O que se faz com tanto dinheiro que entra na Câmara Municipal. Ok, paga os vereadores. Mas, e os outros investimentos? Essa Câmara não tem a prestação de serviço que deveria para a população. Tem muitos recursos e muitas possibilidades. E infelizmente, quando a população vai àquela Casa se frustra porque o nível às vezes [por causa] do debate e não tem na pauta nenhum projeto importante para a nossa população”, lamentou.