Casos de tontura disparam na pandemia mas distúrbio tem tratamento

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Um estudo conduzido pela Fiocruz Minas e publicado em maio apontou que 50% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentaram sintomas pós-infecção. Entre os sintomas mais relatados da chamada “Covid Longa” estão as tonturas. Pesquisas apontam que o coronavírus pode agir no nervo vago, de forma a causar uma disfunção na área, que seria responsável pelos sintomas prolongados da doença.

O otoneurologista Fernando Botelho Júnior, do HOPE, hospital que integra a Rede Vision One, diz que o aumento no número de casos de tontura aumentou bastante devido a fatores como o aumento do stress, sedentarismo, má alimentação e falta de check-ups periódicos de boa parte da população.

A tontura pode ser definida, de acordo com o Comitê de Audição e Equilíbrio da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, como toda e qualquer sensação ilusória de movimento sem que haja movimento real em relação à gravidade.

De acordo com o especialista Fernando Botelho Júnior, é fundamental descobrir a causa do problema. “A tontura é um sintoma que podem ter origem em diversos locais como no labirinto, no sistema nervoso central como o cérebro e cerebelo, doenças cardiovasculares e no sistema osteomuscular, sendo muito importante o estabelecimento do diagnóstico correto”, afirma

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema acomete 20 a 30% da população mundial e é uma das três queixas mais prevalentes em consultórios, além de estar entre as dez principais causas de visitas a serviços de emergência.

“A tontura em muitos casos leva a uma perda importante de qualidade de vida, com dificuldade na realização de suas atividades habituais, isolamento social e problemas emocionais que alteram o dia a dia dos pacientes”, argumenta Fernando Botelho Júnior.

Tratamentos

O tratamento da tontura deve ser individualizado e envolve desde o uso de medicações para casos agudos ou crônicos até mudanças na dieta e adoção de hábitos mais saudáveis, como prática regular de exercícios físicos e um bom padrão de sono

A tecnologia é uma grande aliada contra a tontura. O HOPE dispõe de um dos mais modernos equipamentos na área, o vídeo Head impulse teste (vHIT) – equipamento capaz de medir o funcionamento do labirinto (não provoca tontura é rápido, não necessita de preparo prévio e pode ser realizado durante a crise de tontura).

“O principal é uma equipe bem treinada em diagnosticar e tratar os pacientes mas possuímos também o exame otoneurológico, exames audiológicos como audiometria, BERA, otoemissões, além do VHIT e VEMP que juntos nos ajudam bastante”, conclui Fernando Botelho Júnior. (Diario de Pernambuco)