Reforçando o compromisso de reforçar o protagonismo do Sertão e todo o interior pernambucano, o candidato a governador, Miguel Coelho (UB) detalhou o plano de gestão durante a sabatina do Programa Nossa Voz de hoje (17) e não perdeu a chance de alfinetar os adversários que apresentam os candidatos à presidência da república como “muleta”, em detrimento ao debate sobre o desenvolvimento do estado.
Em seu primeiro dia de campanha de rua, Miguel percorreu de Parnamirim a Petrolina levando sua mensagem à população sertaneja. “O Sertão, o Agreste, a Mata, a gente cansou de esperar o que não vem e cansou de ficar só com as sobras do Estado. Precisamos de um governador que tenha a liderança, mas a capacidade de unir o nosso Estado, de integrar as nossas vocações econômicas para que a gente possa gerar cada vez mais empregos, oportunidade, mas também garantir serviços públicos de melhor qualidade”, apontou.
Entre as propostas listadas pelo candidato do União Brasil, está a concessão dos serviços de tratamento e distribuição de água e demais serviços de saneamento para a iniciativa privada, visando a melhoria desses serviços, atualmente prestados pela Compesa.
Inicialmente, ele voltou a criticar a Lei que institui as microrregiões de saneamento no estado e detalhou como seu projeto funcionaria na prática. “Primeiro que as microrregiões no estado foram criadas para não deixar Petrolina fazer sua concessão própria. Então você percebe que hoje você tem um governo do estado que não pensa no bem estar da população, mas pensa em atrapalhar a população e desenvolvimento das nossas regiões. Então, sim, nós vamos fazer a concessão da Compesa. É importante destacar que toda a parte de cuidar dos mananciais, dos rios, das barragens, isso continua com a empresa. Mas também, tudo que for a produção e a distribuição de água e o saneamento básico que é tão importante, isso vai para a parceria privada porque é assim que vamos conseguir tanto captar dinheiro para servir como investimento no nosso estado, como a gente também vai conseguir fazer com que a nova empresa tenha uma capacidade de investimentos para universalizar o abastecimento de água nos próximos quatro anos”, relatou completando que sua “meta é acabar com os rodízios e o racionamento de água, mas também que Pernambuco possa finalmente sair desta triste marca de que só 18% da população tem saneamento básico”.
Saúde
Para a área da saúde, Miguel Coelho apontou como solução a descentralização dos atendimentos e a ampliação da assistência hospitalar. “O que a gente precisa fazer, é o que a gente defende há muito tempo, é a descentralização do serviço de saúde, ou seja, a criação de novos hospitais, a construção e ampliação de novos serviços. No nosso plano de governo tem a previsão da gente poder construir cinco novos hospitais, um deles, inclusive, aqui em Petrolina, que seria referência para todo o Sertão, porque aí teríamos Petrolina, Salgueiro, Serra Talhada, todas essas cidades do Sertão como referências de média e alta complexidade para quem mora na região. Como também construindo outro no Agreste e mais três na Região Metropolitana”.
Ele ainda defendeu a construção de novas cidades, inclusive para desafogar o Hospital Dom Malan, que atende mais de 50 cidades, não só de Pernambuco, mas de outros estados. “Não cabe, não tem capacidade e aí acaba tendo o pior resultado, que é a morte. A falta de atendimento causa esse dano irreparável, que é a perda de um ente querido. É por isso também que em nosso plano de governo nós temos a previsão de construir oito novas maternidades regionais para que a cada 100 km ou 150 km, ou seja, a cada microrregião do estado, você tenha uma maternidade de média e alta complexidade que possa servir como base de atendimento para evitar que mulheres e mães continuam parindo dentro de ambulâncias, sem acompanhamento médico e fica ao Deus dará. Então, a gente não pode aceitar uma situação desse jeito”, argumentou, reforçando o plano de reforma dos hospitais já existentes, inclusive com previsão de ampliação de unidades como a de Salgueiro, Araripina e Ouricuri.
Segurança Pública
Sobre a segurança pública, Miguel propôs investimentos nas áreas de inteligência, equipamentos, capacitação e valorização salarial das categorias, além da integração com as guardas municipais. “A gente precisa reconhecer que o Pacto Pela Vida faliu, morreu, não existe, é uma mera propaganda do PSB. A gente precisa de uma nova política de segurança, a nossa inclusive pensa em fazê-la integrada junto com as guardas municipais, priorizando as guardas e valorizando, reconhecendo, capacitando para que elas possam ajudar no trabalho de prevenção e repreensão a criminalidade. No tocante à PM, a gente precisa acabar com as faixas salariais até para que possamos promover o devido reconhecimento da nossa tropa militar. Da gente também poder fazer a capacitação e a reciclagem. Hoje o PM só faz treino de tiro, por exemplo, na formação. Depois ele passa 20 anos no exercício da profissão sem dar um tiro de treino. A não ser que banque do próprio bolso. A gente não pode ser negligente com o preparo, treinamento, a capacitação dos nossos homens de segurança”.
A reformulação dos vencimentos também alcançará os integrantes da polícia judiciária do estado. “Sobre a Polícia Civil, a gente não pode ter uma polícia que recebe os piores salários de agentes. Precisamos melhorar e a nossa proposta é criar e fazer a Lei Orgânica, que é um pleito da categoria e isso dá segurança e autonomia funcional para todos eles. A gente precisa investir em inteligência, capacidade de resolutiva. A Polícia Civil hoje só consegue investigar metade dos homicídios que ocorrem em Pernambuco. Imagine você ser vítima, ou ter um parente que foi vítima, que perdeu um familiar e a polícia não conseguir lhe responder quem matou, quem assassinou? E você fica com aquela interrogação pelo resto da vida. Isso é desumano”, classificou.
Em suas propostas para a área, Coelho ainda destacou que em seu eventual governo ele ampliará o número de presídios e trabalhará junto às igrejas e organizações sociais na busca pela ressocialização dos detentos.