Preço alto de celulares novos aquece mercado de aparelhos usados

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Um celular usado costuma sair de 30% a 50% mais barato que um novo. Uma consultoria internacional revelou que, em 2021, o mercado de celulares usados cresceu 29% na América Latina, quase o dobro da média mundial.

O preço alto de celulares novos tem aquecido um mercado relativamente novo no Brasil: o de aparelhos usados.

Se tem celular novo custando quase o mesmo que um carro, por exemplo, não é de se estranhar que entre os aparelhos de telefone o mercado de usados também tenha crescido. Um quiosque em um shopping em Mauá, na Grande São Paulo, é de uma loja que compra e vende cerca de mil aparelhos usados por mês, tanto lá quanto pela internet.

A comerciante Eli Carvalho saiu satisfeita com o celular que comprou para o filho: “Parece zero. Está bem conservado. Eu acho que vale a pena”, diz.

O mercado de celulares usados hoje funciona com uma lógica bem parecida com a dos carros de segunda mão. O foco são os consumidores que não podem ou não querem pagar tanto por um modelo novo. Isso sem falar que, no Brasil, muita gente ainda não tem um smartphone, que é aquele celular com acesso à internet e que custa mais caro.

Uma consultoria internacional apontou que, em 2021, o mercado de celulares usados cresceu 29% na América Latina, quase o dobro da média mundial.

O dono de uma das empresas que compram e vendem celulares de segunda mão no Brasil garante que o país é um dos responsáveis por esse crescimento.

“Quando a gente começou, em 2015, a companhia, a penetração dos smartphones usados no Brasil estava abaixo de 2%, e hoje a gente acredita que está chegando perto de 10%”, afirma Guillermo Freire, cofundador da Trocafone.

Um celular usado costuma sair de 30% a 50% mais barato que um novo. O IMEI do aparelho, que é como se fosse o número de identidade de cada celular, revela se ele foi roubado, furtado ou se está regular e pode ser revendido. Em uma empresa, eles checam o IMEI, o microfone, câmera e alguns precisam de conserto; quase sempre bateria ou tela nova. E ficam prontos para venda, mas é preciso ter cuidado para que o barato não saia caro.https://1d5fb6f4cbcdcbebe027fba05ba4f512.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“Precisa de uma nota fiscal que seja detalhada, que mostre o número de série daquele aparelho, o tipo, o modelo e traga todos os detalhes a respeito daquele aparelho. É importante que a pessoa possa verificar, possa pesquisar, para ver se ela consegue ver se aquele IMEI foi bloqueado em alguma operadora. E a terceira coisa é importante que as pessoas procurem lojas que sejam lojas que tenham reputação, que tenham nome, e quando for comprar na internet procurar vendedores que sejam vendedores que claramente têm uma procedência”, explica o professor da FGV Rafael Alcadipani.

(Jornal Nacional)