Distante da polarização, Guilherme Coelho alerta sobre eleição de adversários: “Não vai haver conversa e Pernambuco vai perder”

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Apresentando-se como o representante do diálogo, o candidato ao Senado pelo PSDB, Guilherme Coelho destacou ao Nossa Voz desta quinta-feira (22) a importância de Pernambuco ter um representante que possa assegurar recursos e ações para Pernambuco, independente do presidente da república eleito. O postulante lamentou a nacionalização dos debates realizados pela imprensa até o momento, quando seus oponentes se empenham na defesa de Lula (PT) e Bolsonaro (PL), esquecendo das necessidades urgentes do estado. 

“Nos estamos numa eleição que, faz tempo, eu acho que não assistimos isso, de uma polarização muito grande, de uma intolerância e de um radicalismo muito grande. Eu estou falando aqui de uma eleição presidencial. Isso já não é de hoje, a gente tem assistido os embates, é uma coisa desproporcional. O que acontece aqui em Pernambuco. Aqui nós temos uma candidata ao Senado e um candidato que, eu participo dos debates e vejo os programas e eles só falam dos candidatos a presidente deles. Não tem outra conversa. E com isso, deixa-se de debater Pernambuco. É como se eles quisessem se eleger por apoiarem um ou outro (Lula ou Bolsonaro). Muitas vezes não tem experiência, não tem anos de política, mas se colocam dessa maneira”.

Diante disso, Guilherme fez um alerta quanto às consequências negativas para o estado, fruto dessa polarização. “Faz de conta que Bolsonaro e Teresa vençam as eleições. Nós perdemos uma vaga no Senado porque não vai haver diálogo. Teresa Leitão não vai hora nenhuma pedir uma audiência com Bolsonaro, nem Bolsonaro vai atender Teresa Leitão. Com isso vai ser uma senadora que estará lá sem força nenhuma, sem trânsito nenhum  e não vai trazer um real para Pernambuco. Vamos inverter, faz de conta que Lula ganhou a eleição e Gilson Machado ganhou para o Senado. É a mesma coisa. É uma intolerância total,  não vai haver diálogo, não vai haver conversa e Pernambuco vai perder um senador que seria importante para ele”. 

Contrário a isso, Guilherme Coelho confirmou que respeitará o resultado das urnas, independente do presidente eleito. “Eu não tenho problema nenhum com nenhum dos dois. Eu vou lá pedir os recursos para Pernambuco. Então, a gente precisa saber que nós estamos num momento que temos que ter o diálogo, o bom senso e temos que pensar no estado. Você não sabe o trabalho que eu tive no último debate, onde a gente quer discutir sobre os problemas do Sertão, do Agreste, da Região Metropolitana, da falta d’água, da questão do metrô, dos projetos de irrigação e aí um começa [a debater sobre os candidatos a presidência]: ‘Porque um é assim’, ‘porque outro é assado’ e não discutem Pernambuco. Então, eu me proponho a ser o candidato a senador de Pernambuco, que trata dos problemas de Pernambuco”. 

Além da disposição, o candidato do PSDB destacou a sua trajetória política e detalhou como isso será importante no seu desempenho no Senado. “Eu já tive a oportunidade de ser duas vezes prefeito e quando eu fui prefeito, meu pai era deputado federal. Então, a gente sempre estava acompanhando com Osvaldo Coelho, as reuniões com os ministérios, nas audiências com os presidentes da república, pedindo os recursos para Pernambuco, para Petrolina e para essa região. (…)  Na hora em que o eleitor escolhe o seu candidato é preciso comparar. (…) A prefeitura nos dá uma responsabilidade e um conhecimento de um todo. Então, eu me apresento a Pernambuco como o candidato do diálogo, que tem acesso, que sabe onde estão os recursos, que já foi deputado, sabe buscar os recursos para cá para que a gente possa fazer as obras que o pernambucano precisa”.

Ainda embasado nos prejuízos presentes nessa polarização nacional incidindo na política do estado, Coelho citou as perdas na inviabilização de um ramal da Transnordestina para o Porto de Suape. “Isso aí tem um responsável claro. É o governo do Estado, Paulo Câmara. A Transnordestina se arrasta há anos e umas das coisas interessantes que a gente estava falando agora há pouco da radicalização, da intolerância, ela volta nisso. (…) De fato, esse ramal de Suape foi perdido. Então o que nós temos hoje é a opção de mandar nossas frutas por Pecém ou por Salvador. Agora, o governo federal atendeu a um pedido do estado de Pernambuco e está fazendo uma concessão, abrindo para a iniciativa privada a possibilidade de construção dessa via. Ele vai poder chegar lá, fazer e explorar”. 

Destacando a paridade de representantes por cada estado no Senado, onde cada unidade federativa tem três senadores, Guilherme relembrou o que pesou na sua decisão para ingressar na disputa por uma vaga na Casa Alta. “Há um equilíbrio de forças, por isso que me proponho a ser senador. Para que a gente possa conseguir os recursos para o nosso estado e não deixar esse dinheiro ir para outros estados e com isso Pernambuco sofre”.

Com uma identificação direta com os agricultores, ele, que é engenheiro agrônomo e fruticultor, também detalhou as ações planejadas para o setor. Entre elas, a luta pela assistência gratuita para o pequeno e médio produtor. “Os governos já abandonaram essa assistência técnica há alguns anos. Antigamente, você tinha aqui os agrônomos, os técnicos que andavam nos projetos com os colonos, os projetos de Itaparica, os projetos de Santa Maria da Boa Vista, Fugêncio, Barreira 01 e 02, Brigida, Apolônio Sales, todos eles tinham lá esse pessoal e isso foi cortado já tem um tempo. E aí quem sofre com isso? O pequeno. Isso é o papel de um senador sim, conseguir os recursos porque isso custa dinheiro, para que isso volte a acontecer. E eu tenho esse compromisso com o agro. Todo mundo sabe da minha vida dedicada a isso. A gente tem que reconhecer que as lojas de vendas de produtos agrícolas têm feito o papel do governo, que são os dias de campo, em  que elas chamam os consultores, vão para as fazendas, para dizer o que se deve fazer. Enfim, elas estão ocupando esse espaço que o governo não está fazendo”. 

Visando promover o desenvolvimento de outras regiões, Guilherme relembrou a sua luta pela implantação do Canal do Sertão. “É importante também a gente pensar em mais projetos de irrigação. E a gente tem aí um projeto, que foi o sonho do meu pai, chamado Canal do Sertão. É você levar água, irrigação, para todo o Sertão do Araripe. Você começa por Petrolina e sai por Dormentes, Afrânio, Santa Cruz, Santa Filomena, aí você chega em Araripina, Ouricuri, Granito, Ipubi, Bodocó e vai bater lá em Parnamirim. É um projeto grande, mas é do tamanho do senador. Agora, tem que ter gente lá gritando, pedindo e dizendo que esse projeto vem para Pernambuco e não vai para outro lugar”. 

Quando foi deputado, ele teve um papel fundamental para a retomada do crédito para os agricultores. “Não era brincadeira não. Estou aqui me lembrando, foram meses dentro da Câmara, de muita luta. Porque foi identificado que só no Nordeste havia 800 mil empresas, médias, pequenas, pessoas físicas, jurídicas, que deviam ao Banco no Nordeste. Imagine, 800 mil agricultores pequenos, pequenos empresários, colonos, que não podiam ter acesso ao banco. Se tem uma coisa que está correlacionada no agro é agricultura e drenagem, tem que andar junto. E agricultura e crédito tem que andar junto também. Então, foi um trabalho que a gente fez em que graças a Deus nós conseguimos que isso passasse e milhares, centenas de agricultores conseguiram pagar suas dívidas porque tiveram até 95% de desconto e conseguiram novamente operar no banco, voltar  fazer um custeio e um investimento. E isso é muito importante para a geração de emprego e renda”. 

Por isso, mais uma vez ele forçou a importância do senador. “Precisamos ficar atentos aos juros da agricultura é um papel de um senador. Ele tem que ficar atento para que esses juros não subam, para que não se torne inviável. Você sabe que quando foi em fevereiro, eu estava tão preocupado com a questão dos fertilizantes que eu me larguei daqui para a Rússia em uma missão oficial, depois sai da Rússia com 12 dias ou 13 estourou a guerra, infelizmente. Mas a gente foi lá e chegaram aqui desde então 24 navios que correspondem a 48 mil caminhões de fertilizantes, lógico, para o Brasil inteiro, mas essa luta a gente tem que ter para defender o agricultor”. 

Voltando o olhar para as zonas urbanas, Guilherme apontou para a importância do saneamento básico. “Nós precisamos retomar o saneamento básico. Eu me lembro que quando eu fui prefeito da última vez, nós fizemos o São Gonçalo, o Cosme e Damião, fizemos o saneamento em bairros grandes e depois esse negócio não rodou mais. Veja que o Residencial Nova Petrolina é um bairro que está surgindo com 8 mil moradias de fossas sépticas. Até hoje eu não entendo como aquilo ali passou e como está se fazendo. Então, é esse o senador que precisa estar atento para ver. Há bilhões para o orçamento, se não tiver um senador atento, esses bilhões vão para os outros estados.  Quando eu digo a vocês sobre a tal de intolerância é porque se Lula ganhar e Gilson ganhar não vem dinheiro para Pernambuco. Não se falam, não se toleram, se agridem. Se Bolsonaro ganhar e Teresa Leitão ganhar ou André de Paula, não vem dinheiro. Com o que eu me comprometo? Como uma pessoa que vai ter trânsito com qualquer um porque já tive, já fui deputado, já fui prefeito e eu sei fazer e sei trazer”, assegurou.