A bióloga Nathasha Thaise Borges Silva, que apareceu em vídeo publicado nas redes sociais em março deste ano fingindo ser autista para não usar máscara em um shopping da Zona Sul do Recife, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
No termo, Nathasha se comprometeu a gravar e veicular um vídeo de retratação no seu perfil no Instagram. Ela também firmou pagar R$ 8 mil de indenização de danos morais coletivos. O documento foi assinado na quarta-feira (21), Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.O dinheiro será repassado a duas instituições de defesa dos direitos de pessoas com deficiência (PCDs) indicadas pela sociedade civil: Associação Mães e Anjos Azuis e Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndorme de Down.
“Vim aqui, mais uma vez, pedir desculpas à comunidade autista”, começa Nathasha no vídeo. O MPPE determinou que o material fosse publicado em “idêntico meio ao utilizado em março deste ano”.
“Fingir ter uma deficiência e burlar a lei em benefício próprio não é algo que eu deveria ter feito. E, não bastando essa atitude infeliz, eu ainda insultei pessoas que tentaram me alertar e incitei os meus seguidores a fazerem o mesmo para não usar máscara”, disse Nathasha na publicação. Ela continua dizendo que “jamais deveria ter me passado por uma pessoa autista para banalizar o uso da máscara dentro de um shopping ou tão pouco fazer uma piada”.
“Eu não consigo mensurar a dor que causei às pessoas com autismo e suas famílias. Publicamente, peço desculpas pelo meu comportamento, que não é apenas um comportamento errôneo e capacitista, mas também foi uma violação da lei em várias dimensões”, acrescentou a bióloga. “Estou buscando aprender e melhorar”, finaliza Nathasha.
Na época do vídeo insultando a comunidade autista, o uso da máscara era obrigatório em shoppings, mas não para pessoas diagnosticadas no Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A Lei Estadual nº 17.141, de janeiro de 2021, versa que pessoas com autismo são isentas do uso de máscara em Pernambuco, por conta de deficiências sensoriais que inviabilizam a utilização do equipamento.