A meningite voltou a circular em vários estados brasileiros. O “surto” da infecção, como diz o infectologista do Hospital Vila da Serra, Galvão Melo, traz preocupação, pois se trata da doença em uma das suas formas mais graves, a meningite meningocócica, e que pode ser prevenida através da vacinação.
De acordo com o médico, a meningite meningocócica é causada por uma bactéria específica chamada de meningococo C. “A transmissão é feita de pessoa para pessoa, através de gotículas e secreções provenientes do nariz, da boca e da garganta. Ela também acontece por meio de alimento ou água contaminados, porém, essa forma é menos comum”.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), de janeiro a setembro deste ano, 465 casos foram registrados no estado e 71 pessoas morreram vítimas de meningites. Os números são maiores que 2021, já que nos 12 meses, houve um total de 459 casos e 51 mortes.
Quando não há um diagnóstico precoce, esse tipo de meningite pode levar à morte em menos de 24 horas e possui uma mortalidade elevada, por isso, Galvão Melo reforça a importância de se ater aos sinais. “Se não for descoberta e tratada de forma rápida, a infecção pode deixar sequelas graves, como perda de audição, da visão, paralisia cerebral e, como dito, a morte”, reforça.
Sintomas
O especialista esclarece que os sintomas da doença são inespecíficos e muitas vezes a doença pode ser confundida com outras patologias infecciosas. Além disso, os sintomas também podem se alterar dependendo da idade: “Em bebês, os sintomas incluem febre, choro, inquietação, perda de apetite, sonolência, manchas vermelhas e crises convulsivas. Já em crianças maiores, adolescentes e adultos, os sintomas são febres, dor de cabeça, vômito, sonolência e a rigidez da nuca”.
Tratamento
O tratamento é feito com antibióticos por via venosa. “Pelo potencial de gravidade, o paciente deve ficar internado no hospital, às vezes, com necessidade de ficar internado em CTI com monitoramento e avaliação da resposta ao tratamento. Os antibióticos são altamente eficazes quando o diagnóstico é feito de forma precoce”, explica.
(Diário de Pernambuco)