Os moradores da zona leste de Petrolina vivenciam há mais de um mês problemas no abastecimento de água nunca vistos de forma tão crítica. A situação é tão extrema que, em plena zona urbana, os moradores dos bairros Henrique Leite, Vila Vitória e Vila Militar estão assegurando o fornecimento via carros pipa. A medida, assim como a suspensão da cobrança da conta de água proporcional aos dias de desabastecimento nessas localidades, graças a atuação do Ministério Público de Petrolina, que recomendou uma série de providências para assistência à população. Em entrevista ao Nossa Voz desta terça-feira (11), o gerente regional da Compesa, que é a empresa responsável pela prestação do serviço, Marcelo Guimarães, assegura que todas as providências necessárias para sanar o problema estão sendo adotadas.
Num resgate cronológico dos fatos, ele explicou aos ouvintes do programa que assim que as temperaturas voltaram a se elevar na região, a companhia adotou medidas para aumentar o fornecimento de água na cidade. Assim como foi feito no ano passado, os técnicos da Compesa mudaram a configuração do sistema, ajustando para a maior demanda de consumo da população. “Observamos essa necessidade de ajuste a partir de setembro e no dia 21 realizamos uma parada no sistema exatamente para fazer esses ajustes e incrementar a produção e distribuição de água. O que fizemos e aumentamos em cerca de 10%, que é o que fizemos no ano passado, exatamente a mesma configuração e não tivemos essa situação que estamos observando nesse período agora. Mesmo falando em épocas de calor. Implantamos isso a partir do dia 21 e houve sim, nas duas semanas seguintes, uma estabilização em parte da cidade que estava apresentando dificuldade. Porém ainda persiste a dificuldade na zona leste”, relatou.
Como justificativa para a situação, Guimarães destaca a distância da área dos reservatórios, o relevo acentuado como fatores que complicam o abastecimento daquela região. “Isso dificulta realmente a pressão para aqueles imóveis. Em específico, o caso do Henrique Leite, da Vila Vitória e da Vila Militar, que fica ao lado, esses sim estão no extremo do sistema”, listou. Para manter o fornecimento, foram designados três carros pipa que circulam diariamente e há previsão de doação de 300 caixas d’água para auxiliar no armazenamento de água nas residências.
Quando questionado sobre as soluções definitivas sobre o problema, o gerente regional da Compesa confirmou a tramitação de uma obra emergencial que pretende solucioná-lo através de um ajuste na rede. “Contratamos na semana passada uma obra emergencial que prevê o ajuste entre os sistemas. E aí preciso explicar a todos do que se trata. A rede hoje é formada por três sistemas de abastecimento, que de certa forma, são integrados ou semi integrados, neles o principal que fica no Centro, na sede da nossa regional, é o que abastece a zona lesta da cidade. E esse sistema tem demonstrado uma sobrecarga. O outro sistema nosso, o da ETA Vitória, possui folga, ou seja, tem oferta disponível. Então, o que vamos fazer? Para simplificar a resposta, vamos ligar um sistema no outro para que esta folga do sistema Vitória chegue ao sistema Petrolina 01, que é o que chamamos desse reservatório grande que temos no Centro e com isso, complemente o que está faltando e resolva do déficit que está havendo entre demanda e oferta”.
Segundo Guimarães, a obra foi contratada na semana passada, a empresa contratada já está fazendo as medições e a expectativa é que até o dia 28 de outubro a intervenção seja concluída. “Realmente conseguimos encurtar o tempo desta obra, que seria bem maior, mas com o nosso trabalho e esforço a gente conseguiu reduzir esse tempo. Isso daí vai resolver a situação de equilíbrio entre oferta e a demanda e até lá a gente está dando toda essa atenção a esses bairros que requerem uma atenção mais especial, Henrique Leite, Vila Vitória e Vila Militar os demais bairros da zona leste, estamos com o atendimento também de carros pipa através das solicitações através do 0800 081 0195 ou através das lojas presenciais”, recomendou.
Por fim, o gerente da Compesa reforçou o compromisso com a solução dessa crise instalada na cidade. “As medidas estão postas e estamos realmente muito dedicados a resolver isso. Pode ter certeza. inclusive a gente criou um comitê de crise, em que a gente se reúne aqui diariamente, mas que com certeza vamos resolver essa questão ainda em outubro”.