Moradores do IPSEP II estão vivenciando um pesadelo após as últimas chuvas que assolaram a cidade. Na Rua Cruz de Malta e até na Avenida Central do bairro há casas ilhadas, áreas inundadas e muitas dificuldades enfrentadas pelos moradores.
De acordo com Dalvânia, moradora do IPSEP II há 38 anos, essa é a primeira vez que eles enfrentam essa situação, agravada pela duplicação da pista de acesso ao bairro, localizado às margens da BR 407. “Eu moro aqui desde 1984. Nós não tínhamos esse alagamento desta forma. Aqui existia um bueiro, antes de fazer essas duas pistas, que drenava a água entre aquela pousada e aquele muro. Quando desmancharam a pista que tinha para fazer aquelas duas, não deixaram o bueiro. E agora que fizeram aquele pátio, toda chuva que cai escoa pra cá. Aí aumentou o nível de água sem ter para onde sair. Então qual seria a solução? Ou coloca o aterro no nível que está essa água pra que ela possa sair ou refaz o bueiro que tinha ali, antigamente”.
Uma das casas está ilhada, por isso, os moradores não conseguem sair com o carro e precisam se deslocar a pé em meio à inundação. “Correndo o risco até de pegar uma doença, alguma coisa porque a gente sabe que não é limpa uma água dessas. Então, toda vez que chove a situação é essa daí”, relatou. Segundo Dalvânia, a Defesa Civil esteve no local, mas a proprietária se recusou a deixar sua residência e exigiu providências para pôr fim a essa situação. “Sem contar a estrutura da casa dela que pode ser prejudicada”, relembrou.
José Resende mora na Avenida Central do bairro, mas está desalojado. Temendo contrair uma doença presente na água suja que invadiu sua casa, ele está na casa da sogra, sem previsão de retorno. “Nunca tive esse tipo de problema que estou tendo com essas chuvas, inclusive, em 2004 tivemos um dos anos mais chuvosos na nossa região e não fui agravado em nada. E com essas chuvas recentes minha casa ficou ilhada, começou a entrar água dentro. Minha casa fica na via central do bairro e dá acesso ao aeroporto e depois dessas construções que fizeram, o pátio de eventos e tiraram o bueiro, não tem mais para onde a água escorrer. Ela procura um lugar mais baixo e é justamente onde ficam as nossas casas que estão sendo prejudicadas. Eu não tenho nem como dar descarga no banheiro, nem estou em casa, estou na casa da minha sogra porque tenho filha doente e não posso ficar aqui correndo risco de pegarmos uma doença mais grave”, temeu o morador.
Questionado sobre a situação, o secretário executivo de serviços públicos, Alisson Oliveira relatou já haver um plano emergencial em curso para solucionar os problemas relatados pela população. “Na verdade, em relação àquela região do IPSEP, o próprio Cosme e Damião, a gente tinha conhecimento disso, estamos trabalhando para se fazer uma vala para conseguir escoar essa água, assim como conseguimos fazer dessa mesma forma em outros bairros, pelo menos de forma momentânea, porque se houver mais chuvas não cause tanto impacto”, reforçou.