No Dia Mundial da Diabetes, médico Aristóteles Cardona reforça os cuidados para evitar complicações

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Aristóteles Cardona Júnior, Médico de Família e professor na Univasf. Foto: Moacir Santana

O programa Nossa Voz entrevistou nesta segunda-feira (14) o médico de família  e comunidade e professor da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Aristóteles Cardona Jr. No Dia Mundial da Diabetes, ele explicou as características da doença e os cuidados para viver bem.

Segundo Aristóteles, 8% da população adulta brasileira tem diabetes, o que representa uma média de 17 milhões de pessoas no país com a doença. “A gente tem um hormônio que o nosso corpo produz normalmente para pegar o açúcar que a gente consome nos alimentos e distribuir pelo corpo, vou colocar dessa maneira. Então, a diabetes aparece quando começa a falhar a questão da insulina e esse açúcar começa a se concentrar no sangue. É por isso que, quando se faz o teste da diabetes, se descobre que ele tá alto, porque o açúcar se concentra no sangue, ele não é eliminado, ele não vai pros órgãos, ele não vai pros tecidos e com o tempo aparece os problemas relacionados a isso”, afirmou.

Aristóteles explicou como identificar os sintomas. “Normalmente são os três Ps, que a pessoa começa a apresentar poliúria, quer fazer muito xixi, polifagia, que é querer comer muito, e polidipsia, que é ter muita sede. Esses são os sintomas que aparecem quando a diabetes já está um pouco mais na frente”, disse.
Em relação aos tipos de diabetes, Cardona falou sobre as diferenças entre os dois tipos.. “A diabetes tipo 2, que é mais comum, atinge mais de 95% da população, é mais conhecida, é aquela que normalmente aparece com o passar dos anos e vai aparecendo aos poucos, começa com alterações no sangue, até que depois podem aparecer os sintomas. (…) É quando o pâncreas, que é o órgão que produz a insulina no nosso corpo,  começa a falhar ao longo do tempo”.

“A diabetes do tipo 1, que é a menor parte, ela normalmente acontece logo no início da vida das pessoas, nos primeiros anos, quando criança, as vezes num adulto jovem, que é quando por outros motivos essa insulina para de ser produzida pelo pâncreas praticamente de uma hora para outra. Normalmente, quem descobre isso, já tem que fazer o tratamento com insulina, desde cedo, tem todos os cuidados relacionados, é diferente da do tipo 2, que é uma falha que vai acontecendo com o tempo, e aí pode ser cuidado com medicamentos, com comprimidos, melhora da alimentação”, explicou.

“São vários motivos que podem nos levar a diabetes, um deles é o fator hereditário, mas ele não é único. “A gente tem a questão hereditária como componente importante, mas os hábitos de vida, como atividade física, o tipo de alimentação, tudo isso no final das contas, se junta e pode fazer com que a gente possa ter um risco maior ou menor de desenvolver”. contou.

“Mesmo que a pessoa não tenha diabetes é bom se cuidar, porque a gente evita que apareça, ou diminui o risco, ou retarda esse aparecimento. E quem já tem, não é fim do mundo, tanto a insulina, que é um excelente remédio. (…) No Brasil tem insulina nas unidades de saúde, disponível pelo SUS, então assim, passa pelo período de adaptação, mas é possível usar tranquilo e viver bem, agora vai exigir esses cuidados e isso serve para todo mundo, mais uma vez, alimentação, atividade física, porque seja a pessoa que tem, seja quem não tem, seja quem ainda vai desenvolver, mas ter essas atividades saudáveis, de alimentação boa, nos ajuda a viver cada vez melhor, independente do diagnóstico”, finalizou.



Confira a entrevista completa.