“Quantos meses mais a gente vai ter que tá segurando essa dor?”, questiona filha de professora assassinada após julgamento ser adiado

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Julgamento foi adiado pela segunda vez. Foto: Moacir Santana

O julgamento de Nilson Caxias de Souza, que seria realizado hoje (29) no Fórum de Petrolina, foi adiado. O advogado do acusado de assassinar a professora Mery Vânia de Almeida em abril de 1998, pediu o adiamento após alegar sintomas gripais, desconforto e suspeita de Covid-19.  

A equipe de reportagem do Nossa Voz conversou na manhã dessa terça (29) com a filha e testemunha do crime, Jéssica Almeida Peixinho. “É a segunda vez que o julgamento é adiado, o julgamento era pra ter acontecido no mês passado, 25 do mês passado, e 25 do mês passado ele mudou de advogado, ele destituiu o advogado dele, por conta dessa mudança de advogado ele pediu o adiamento, e ontem, já no final do expediente, o novo advogado disse que estava apresentando sintomas gripais e pediu novamente o adiamento”, disse.

“Pra família é uma sensação de impotência, porque são mais de vinte anos esperando esse julgamento, mais de vinte anos ele vivendo uma vida normal foragido, e agora, quando ele é encontrado, a gente não consegue fazer um julgamento. A nossa esperança, é que esse julgamento seja realizado logo e, por mais que tenha sido difícil, a gente vai continuar lutando até conseguir essa condenação”, afirmou.

“É um sentimento de frustração numa carga emocional muito grande, porque é muito difícil remexer, é um trauma que eu tenho que eu revivo todos os dias, mas você vir a público, abrir suas emoções, mostrar seu pior sofrimento, fazer tudo pra conseguir justiça, se preparar emocionalmente e no julgamento descobrir que não vai ter julgamento, e quantos meses mais eu vou ter que tá carregando isso? Quantos meses mais a gente vai ter que tá segurando essa dor? É um sentimento terrível”, desabafou.