Ao fazer a defesa das suas indicações, a vereadora Maria Elena fez questão de apoiar a solicitação da vereadora Samara da Visão, com a cobrança de uma prestação de contas sobre a distribuição de aparelhos auditivos feita pela Secretaria Municipal de Saúde. Entretanto, Elena foi interrompida bruscamente pelo presidente da mesa em exercício, Manoel da Acosap, que reportava que o tempo reservado para o discurso da parlamentar havia acabado. Chateada com a forma pela qual foi abordada, a vereadora rebateu e chegou a apontar um comportamento machista do colega.
“Estou concluindo senhor presidente em exercício, por gentileza. O senhor gosta de cortar as falas. Olha [vereadora] Samara, uma coisa que nós não vamos admitir aqui é o presidente, principalmente Manoel, ficar com essa falta de educação, essa falta de respeito às mulheres quando nós estivermos falando. Eu não vejo aqui o colega Aero, não vejo aqui os outros, estou falando uma coisa de extrema necessidade e até aqui dizer aos colegas vereadores: A partir de agora, brincadeirinha de mal gosto, senhor Manoel, como o senhor tirou comigo lá em Terra Nova, eu não vou admitir e vou tornar pública para saber e para cada vez mais democratizar e melhorar a qualidade dos homens, da forma como eles pensam nesta casa. Porque o senhor tem um quê, uma pegada de machismo, que parece que não tem mandato de vereador, convivência saudável com vereadores de nível, que lhe faça descer do salto com relação a isso”, disparou.
O presidente Aero Cruz, que estava ausente do plenário, retornou rapidamente ao perceber o mal estar instalado. Ele cedeu a palavra ao vereador Gilmar Santos que logo se solidarizou com Maria Elena e a parabenizou por se impor diante da situação.
Porém, na sequência, Aero deu razão a Manoel da Acosap. “No nosso regimento interno nós temos três minutos. Em comum acordo com os demais vereadores, nós colocamos para cinco. A senhora vereadora já tinha falado por sete minutos quando o nosso vice-presidente, Manoel da Acosap, se colocou. Por isso eu peço a compreensão. Por que eu quero dizer isso? Porque o direito de um vereador termina quando inicia o do outro. Aqui o vereador não pode achar que pode falar e que deve falar 10 minutos. Porque no momento em que Marquinhos Amorim falar 10 minutos, eu sou obrigado a dar 10 minutos ao vereador César Durando. Então, para que todos tenham o mesmo direito, eu quero pedir a compreensão de todos”, afirmou, devolvendo em seguida a condução da mesa à Manoel da Acosap, que também se justificou.
“Eu estou aqui para cumprir regra. Se vossa excelência [Aero Cruz], como presidente, determinar que a vereadora Maria Elena tem que falar 30 minutos, ela fala 30 minutos. Agora, se o direito aqui é igual para todos, eu marco aqui e quando chegar o tempo, aviso que encerrou”, reforçou Manoel.