Disposto a fazer parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PSD tem hoje três nomes cotados como possíveis indicações à Esplanada dos Ministérios, mas deverá ter no máximo dois postos no primeiro escalão para ocupar.
Na terça-feira, deputados e senadores da sigla se reuniram com o presidente eleito em um hotel na região central de Brasília. Na ocasião, não chegaram a se aprofundar sobre o tema, mas o petista indicou interlocutores para tratar do assunto.
Segundo participantes do encontro, ficou definido que a indicação de cargos no governo será discutido posteriormente.
De acordo com parlamentares ouvidos pelo Globo, Lula afirmou que as negociações passarão pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pelo deputado José Guimarães (PT-CE) e pelo senador Jaques Wagner (PT-BA). No PSD, há um consenso que a sigla terá o direito de indicar um nome oriundo da Câmara e outro do Senado.
O PT, porém, ainda não foi explícito em relação a essa demanda e também não indicou quais áreas seriam reservadas aos quadros da legenda. Entre os deputados, já há um alinhamento pelo nome de Pedro Paulo (PSD-RJ).
Além de ser um nome de confiança do prefeito do Rio, Eduardo Paes, o parlamentar conquistou o apoio dos colegas. Segundo parlamentares do PSD, ainda há dúvidas sobre qual pasta ele ocuparia se ganhasse o aval de Lula. Entre os senadores, que teriam direito a uma segunda vaga, há uma disputa acirrada.
Trabalham pela indicação o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que poderia ser alocado em uma área de Infraestrutura, e Carlos Favaro (PSD-MT), que mira na Agricultura. Ambos os senadores se engajaram na campanha do petista e foram consultores de Lula durante a disputa eleitoral.
Logo após as eleições, os senadores Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM) também eram cotados como potenciais ministros, mas já há um entendimento interno de que a disputa está mesmo entre Favaro e Silveira.
Além de ser debatido entre parlamentares da sigla, o assunto é acompanhado de perto pelo presidente do partido, Gilberto Kassab, que já deixou claro que a sigla participará da base de Lula.
Paralelamente, as negociações também ocorrem com outros partidos. Em encontro na segunda-feira, Lula disse ao presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), que o partido receberá ao menos um ministério no futuro governo. Caciques da sigla esperam ser contemplados, no entanto, com pelo menos três pastas. (Folha PE)