Dificuldades se agravam, mas Prefeitura só atuará após conclusão do saneamento do Loteamento Nossa Sra. de Fátima, diz secretário

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Esgotos correndo a céu aberto e crateras que restringem o ir e vir. Essa é a realidade dos moradores da Rua 91 do Loteamento Nossa Senhora de Fátima. Em entrevista ao Nossa Voz, na manhã desta segunda-feira (23) eles relataram as dificuldades do dia a dia, agravadas pela obra de saneamento que rasgou a via de ponta a ponta, sem previsão de término. 

“Ninguém entra, ninguém sai. Eu queria chamar a atenção do secretário Alisson Oliveira. Por conta do empreendedor daqui estão fazendo os serviços paliativos. Abrem os solos nas ruas para implantação do esgoto, mas não fizeram o serviço completo e está parado. A água está toda parada na rua, a gente não tem o direito de sair com os nossos transportes, nós temos filhos e vai retornar o período das aulas. Temos que carregá-los nos braços feito canguru para atravessar com eles.  Já vieram aqui ver a situação de perto, mas a execução dos serviços está parada, está sendo de paliativo e estamos na mesma situação ou pior”, lamentou José Irineu. 

Natália relata que há 11 anos os moradores da localidade estão vivenciando este drama. “A situação aqui é bem complicada. Já são 11 anos, não são 11 meses. Não temos condições nem de entrar e nem sair de casa. Estamos no Loteamento Nossa Senhora de Fátima, mas está mais para o Loteamento Nossa Senhora do Socorro, porque aqui a gente pede socorro. Eu quero também acionar o pessoal da Prefeitura para que venham fiscalizar, pelo amor de Deus. Nós também temos os vereadores que são para isso mesmo, para fiscalizar, para ajudar  a população. Aqui a gente não entra, de jeito nenhum, nesta rua”, lamentou. 

Ainda segundo a moradora, a situação está ainda pior porque cada vez que cavam a rua, mais intransitável ela fica. “Na visita anterior da reportagem vocês tinham como entrar, agora não tem como entrar de jeito nenhum. Para passar para o outro lado tem que seguir no meio da lama atolando os pés, ou a formiga pegando, fora os cururus porque aqui está cheio de bichos. Eu tenho dois filhos, estão retornando às aulas e já ficamos angustiados porque é complicado você sair limpo e chegar sujo ao seu destino, seja no trabalho, seja na escola”. 

Presente no estúdio da Grande Rio FM, o secretário executivo de serviços públicos, Alisson Oliveira reforçou que a responsabilidade da obra de saneamento no loteamento é do empreendedor que comercializou as áreas. O caso tem o acompanhamento do Ministério Público de Pernambuco e da Agência Reguladora Municipal de Petrolina. “A promotora de Justiça, Rosane esteve no local junto com o gerente regional da Compesa, Marcelo Guimarães, a Armup também se fazia presente e aí, acredito pelo que eu entendi pelo o que a população está falando e relação ao saneamento, esses transtornos em relação a essa rua é natural. Nós fizemos a iluminação, a limpeza deste canal que permite que as chuvas escoem por esse dreno que margeia a Perimetral Transnordestina, que permite que a água não acumulando aí no bairro causando ainda mais transtornos. Mas essa parte do saneamento está sendo tocada diretamente pela incorporadora”. 

Apesar de desconhecer o cronograma previsto de entrega, o secretário se compromete em realizar o patrolamento da área assim que a obra for concluída. “Não tenho informação diretamente sobre isso, mas como o Ministério Público já está presente, já foi acionado em relação a isso, certamente com a competência da dra. Rosane, não tenho dúvida nenhuma de logo, logo estará pronto e feito. Depois de concluído nós entraremos com a parte do patrolamento, mas acredito que os transtornos maiores causados agora tem a ver de fato com impacto do saneamento sendo feito. Porque para conseguir colocar os canos enterrados é necessário abrir a rua e consequentemente causar mais transtornos ainda. Mas, acreditando no Ministério Público e na Armup, acredito que logo, logo será entregue 100% do saneamento desse importante loteamento”.