“A sobrecarga é muito grande”, afirma superintendente do Hospital Universitário

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Itamar Santos -superintendente HU

O superintendente do Hospital Universitário, Itamar Santos, participou do programa Nossa Voz desta segunda-feira para explicar a situação da instituição, que vem enfrentando a superlotação frequentemente, comprometendo os atendimentos, até mesmo limitando a chegada de novos pacientes como ocorreu neste domingo (12).

“A gente tá com praticamente 190 pacientes internados, o que equivale a 130% de ocupação, ou seja, fechou 30% além da nossa capacidade, então isso aí sobrecarrega, porque o espaço físico ele é limitado, e a equipe é a mesma para atender 100%, 80% ou 130%, a sobrecarga é muito grande”, afirmou.

Santos informou que a demanda extrapola os municípios da Rede PEBA. “O Piauí também tem mandado muito paciente sempre pra cá, que não faz parte da rede, a gente começa a ter uma questão de urgência e não tem perspectiva ainda de melhora disso, então assim, a tendência vai ser piorar”, disse. “Esse esse final de semana houve um sobrecarga muito grande de atendimentos, e mais uma vez, a gente teve que fazer uma seleção mais rigorosa de pacientes para entrada no hospital”, explicou.

Para o superintendente, a contrapartida dos municípios é insuficiente. “A gente está vivendo uma situação que é muito mais complexa do que só o dinheiro federal, porque o dinheiro federal vem dentro de uma regulamentação, vem dentro de um planejamento, então assim, ele tá vindo. O que a gente tem que pensar é uma coisa muito maior que se chama Rede PEBA, aonde a gente tem 52 municípios participando, aonde eles entram apenas com ambulância pra levar paciente, isso aí é uma coisa que preocupa”, afirmou. “A gente tem que chamar atenção também dos Estados, da Bahia e Pernambuco, porque a gente não tem Hospital Regional aqui, é a única região de Saúde de Pernambuco que não tem Regional. Você vê Salgueiro, você vê Araripina, todo mundo tem, aqui a gente não tem. Nos municípios do interior da região norte da Bahia você tem uma estrutura de saúde que segura o paciente lá. A gente precisa de UPA, quanto municipal, quanto estadual, a gente precisa de Hospital Regional, a gente precisa melhorar essas unidades de saúde para serem o mais autônoma possível”.

Itamar lembrou ainda que a assistência, o treinamento e o ensinamento ficam comprometidos diante da sobrecarga de atendimento, dificultando a preparação dos médicos.

“Três anos que a gente briga e todo mundo faz de conta que tá funcionando e assim, infelizmente acontece. O carnaval vai começar agora, vai ter muita bebida alcoólica, a gente tem uma quantidade imensa de acidente motocicleta agora assim, não é o mototáxi não, não é entregador, é aquele habitante que toma sua cervejinha final de semana pega moto sem capacete e cai. Quando ele cai tem os traumas ortopédicos, mas ele também tem os neurológicos, geralmente cai, bate cabeça no chão, entendeu? Tá muito complexo esse atendimento, então precisa ver fiscalização, precisa ver a Educação no trânsito sobre essa orientação. É como eu digo, ‘vai beber? Beba em casa, beba próximo de casa que você vai andando de volta andando”, orientou.

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