Muitos brasileiros passam horas realizando atividades repetitivas, como usar computador e celular, atuar em linhas de montagem e de produção e até mesmo executar trabalhos manuais. Esses esforços podem acabar desencadeando uma série de doenças, denominadas de Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort), que, segundo o Ministério da Saúde, foram as que mais afetaram os brasileiros em 2018. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, esses problemas acometeram, aproximadamente, 40 mil trabalhadores do país em 2019, e o mês de fevereiro dá visibilidade e relevância ao combate contra elas.
A LER/Dort é uma síndrome composta por várias doenças – como tendinite, bursite e epicondilite – que afetam articulações, nervos, tendões, músculos e ligamentos do corpo, principalmente os superiores. São lesões ocasionadas por diversos fatores e se instalam devido a execução de movimentos repetitivos, gerando, dentre outros sintomas, desconforto articular, dores, inchaço, formigamento e fraqueza.
A fisioterapeuta da Clínica-Escola da UNINASSAU Petrolina, Anny Leal, enfatiza a participação da área da saúde na prevenção e no tratamento à síndrome. “Pela LER/Dort estar diretamente relacionada a doenças de causas biomecânicas de atividades laborais, o ideal para tratá-la é haver uma intervenção promovida pela Fisioterapia do Trabalho”, pontua. Anny também esclarece que, para preveni-las, é importante observar e transformar, caso necessário, as condições de trabalho nas quais a pessoa se encontra, “e isso vai desde a escolha das mobílias e acessórios adequados (cadeira, mesa, apoios para os pés e mãos) até a seleção dos equipamentos de segurança”, conclui.
Além disso, algumas atividades são indicadas para aliviar ou até mesmo prevenir os sintomas das LER/Dort. Gleidson de Paula, professor do curso de Educação Física da mesma instituição, afirma se tratar de exercícios corretivos, técnicas manuais e de fortalecimento muscular. “São alongamentos que servem para estimular a flexibilidade dos músculos extensores e flexores do punho e dos dedos, principalmente, como o polegar”, explica. O profissional também endossa a necessidade de fazer pausas nas atividades laborais para poder alongar-se, além de ficar sempre atento à postura e movimentos repetitivos feitos durante o dia, pois, dessa forma, é possível conter o desgaste e cessar a rigidez articular. (Foto: Divulgação/ Uninassau)