“Raramente tem um dia sequer que não tenha uma ocorrência de violência doméstica”, afirma Sargento do 5º BPM

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Dando continuidade à Semana Internacional da Mulher, o programa Nossa Voz conversou nesta terça-feira (8) com a advogada e presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Petrolina, Rayanne Moraes, e com as policiais Poliana Macedo e Larissa Mariano, Sargentos do  5º BPM.

Rayanne ressaltou que a Lei Maria da Penha é o principal instrumento de proteção da mulher. Criada em 2006, a lei especifica os cinco tipos de violência como física, psicológica,  sexual, moral e patrimonial. 

Em Petrolina, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher Valdete Cezar (CEAM) realiza o acolhimento e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência e dispõe de atendimento psicológico, social, orientação e encaminhamentos jurídicos. O espaço funciona na Avenida Gilberto Freire, s/nsn, vila mocó, ao lado da escola Eliete Araújo.  de segunda a sexta, das 8h às 13h. Os telefones do CEAM são (87) 3867-3516 e (87) 99165-1803 (WhatsApp).

“Nesse acolhimento, a gente tem avançado muito aqui em Petrolina com a delegacia da mulher funcionando agora 24 horas, um importante avanço que a gente teve, uma  conquista na nossa cidade porque a gente sabe que muitas das agressões, a maioria delas,  acontecem, não nos horários comerciais, que as mulheres estão trabalhando fora de casa ou que os homens estão fora de casa, as agressões elas geralmente acontecem nos horários da noite, na madrugada ou nos finais de semana”, destacou Rayanne. 

Os desafios da denúncia

“Quando a gente fala de violência doméstica, é um tipo de violência muito complexa porque ela acontece dentro de casa, e a gente precisa considerar todas as dificuldades das mulheres que são vítimas, desde a denúncia até o acolhimento pós-denúncia. Muitas mulheres não veem essa perspectiva de denunciar e o que fazer. Acham que os homens não vão parar de agredir a partir da denúncia e muitas vezes se vêem sem saídas”, explicou a PM Larissa Mariano. 

“Essa informação de que ela foi culpada da agressão tem que ser desmistificada, principalmente por nós, que fazemos a segurança. (…) A Patrulha Maria da Penha tem sempre uma policial feminina para o acolhimento, é uma Patrulha que recebe a denúncia e  também faz um trabalho após a ocorrência, as visitas, nisso aí a gente tenta ouvir essas mulheres,  fiscalizar se realmente as medidas protetivas estão sendo cumpridas, ouvir a mulher, como está porque geralmente essa essa agressão, ela vem sempre acompanhada da agressão psicológica”, informou Mariano. 

“Quando a gente tá trabalhando na Central, raramente tem um dia sequer que não tenha uma ocorrência de violência doméstica. Isso é uma situação triste, porque essa violência ela é dentro do lar, onde a pessoa escolheu outra para conviver todos os dias, e isso a gente tem que quebrar. Cultura é difícil, é aos poucos, mas é um papel de todos nós”, relatou a policial, Poliana Macedo.

Os telefones para denunciar violência contra mulher são: Delegacia da Mulher 3866-6625; Patrulha da Mulher 153, 0800-281-8187 e também pelo número 180.