Diretora-presidente da Facape nega perdas salariais com projetos de Lei aprovados na Câmara: ” Totalmente fantasioso”

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A diretora-presidente da Facape, Larissa Soeiro, assegurou em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (20) que não haverá perda salarial entre os professores da faculdade. A gestora, que atuou inicialmente como interventora da instituição de ensino, fez um histórico sobre o declínio financeiro da faculdade e reforçou a necessidade na atualização das leis que regem o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos da instituição.

“A Facape não tem como avançar em manter as suas contas. Quando assumimos, a faculdade estava com três meses de salários em atraso. Mas não foram só três meses. A gente tem um acordo, que estamos pagando, devido ao ajuste do antigo PCCV de mais de R$ 1 milhão. Temos quase R$ 4 milhões que temos que pagar aos servidores devido ao aumento de 2017. Então, não foram somente três meses, a instituição, da forma como está hoje, não tem condições de se manter. Desde 2018 ela já vem com a queda de alunos, mas eu ainda completo que um pouco antes, em 2016, já começou a acusar essa queda de alunos. Nós mantemos a faculdade com o pagamento das mensalidades dos alunos e hoje não conseguimos manter. Se não fosse o aporte com a intervenção da Prefeitura, ela não teria como sobreviver”, afirmou.

Questionada sobre o posicionamento contrário dos servidores da instituição aos projetos aprovados e o temor quanto às perdas salariais, Larissa reafirmou tratar-se de uma inverdade. “Causa-me estranheza a fala da professora e de alguns outros professores também, até porque faziam parte da gestão anterior e entendem muito bem como é a gestão. Em relação a fala de que teriam perdas salariais, isso é totalmente fantasioso porque é inconstitucional a gente ter redução de salário de servidor. O que está no Plano de Cargos e Carreiras é uma forma de como se deve proceder daqui pra frente. Mas não há um retrocesso de salário com os servidores”.

Sobre as nomeações da diretoria e coordenadores pelo prefeito de Petrolina, Soeiro assegura que isso será feito do ponto de vista técnico, mas não detalhou a necessidade de tal alteração. “Os cargos serão sim nomeados, mas tanto o projeto de Lei nº 008 quanto o PL 009 preveem que os casos omissos, que não estão previstos na Lei, serão regulamentados através de instrumentos. Os coordenadores de curso, se observar o PCCV anterior, é o estatuto da autarquia que rege como deve ser feita essa escolha. Claro que a gente não vai, de forma alguma, ferir, como foi dito na semana passada que poderíamos colocar qualquer pessoa para a coordenação de um curso que não tenha conhecimento universitário e da instituição. Isso é totalmente insano, fantasioso. As pessoas estão falando, querendo causar tumulto e trazer insegurança para a instituição”.

A diretora-presidente ainda revelou não ter sido notificada sobre a ação de Júlio Lóssio Filho movida na Justiça contra a aprovação dos projetos de lei que alteram o regimento da Facape. “Estou tendo conhecimento agora. Isso tem cunho eleitoral, me estranha a fala do Júlio Lóssio Filho e entendo que com certeza há interesses políticos. Nós, as pessoas técnicas, estamos trabalhando para que possamos trazer a saúde financeira da instituição. Até porque, os projetos de Lei apresentados e aprovados pela Câmara não querem dizer que irão se perpetuar, é um momento em que a instituição precisa de fato ter um ajuste para que num futuro próximo possamos apresentar um novo fazendo com que haja um novo PCCV, que possa manter a instituição e também os servidores”, argumentou.

Valores em aberto e diálogo com a categoria

Além das alterações previstas com os PLs 008 e 009 aprovados na Câmara de Petrolina na última quinta-feira (16), os professores da Facape ainda reivindicam a quitação das remunerações em aberto desde o ano passado. Ao Nossa Voz, Larissa Soeiro reconheceu os débitos, entretanto não revelou a data para pagamento.

“Parte do salário de abril de 2022 e a 2ª parcela do 13º. Desde quando a gente assumiu que não estamos medindo esforços para a gente tentar de fato, priorizar o salário dos servidores. Desde quando a gente entrou na instituição os salários se regularizaram. Não há atraso de salários  do mês, nós estamos pagando, de forma gradual, os salários que já estão atraso”.

Sobre a falta de diálogo com os servidores e a readequação de carga horária diante da redução de turmas em alguns cursos disponibilizados pela instituição. Larissa assegurou que a situação tem sido verificada desde o início da intervenção. “A verificação de hora do professor, a gente vem, desde quando assumiu, estamos sentando com a diretoria acadêmica para verificar a alocação dos professores. Tem professores que deveriam assumir seis turmas, mas não executam porque não tem sala de aula. Portanto, nós verificamos sim, é um das preocupações para que esses professores possam contribuir de uma outra forma com a instituição”, pontuou, completando que ainda hoje se reúne com a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Petrolina (Sindsemp), entidade que representa a categoria.