Vereadores voltam a debater morte de servidora e questionam intervalo para almoço em postos de saúde de Petrolina

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Na sessão desta terça-feira (09), os vereadores de Petrolina travaram um embate sobre o funcionamento das unidades de saúde da cidade. Ainda motivados pela morte da servidora municipal, Rosicleide de Souza Barbosa, os integrantes da bancada de oposição questionaram a ausência dos médicos no horário em que a paciente buscou atendimento do posto da Cohab Massangano e se realmente não havia algo a ser feito para evitar a morte dela, vítima de um infarto após não ser atendida no local.

O vereador Gilmar Santos solicitou algumas explicações sobre o atendimento na rede municipal de saúde e fez críticas sobre a desassistência ocorrida no caso da servidora municipal. “A população tem reclamado muito sobre a qualidade dos serviços de saúde em Petrolina. Era uma servidora, que estava servindo o município há 27 anos e você imagina a quantidade de tempo que ela dedicou e no momento em que ela precisava desse para servi-la, de forma básica, um atendimento, um acolhimento, ela tem uma negativa. Só que pior, a informação é de que havia três médicos na unidade de saúde, enfermeiros e enfermeiras e ninguém foi capaz de fazer o acolhimento e o encaminhamento desta senhora”. 

O vereador Capitão Alencar relatou ter conversado com funcionárias do posto de saúde em questão e, apesar de lamentar a morte de Rosicleide, alegou não haver alternativas para evitar a morte da servidora municipal. “Naquele momento era intervalo na unidade. Ela fecha para almoço. Então, os médicos vão almoçar e voltam em torno de 13h30 e 14h. Naquele momento só tinha a servidora que atendeu aquela senhora e uma atendente de farmácia. Mas o que eu quero dizer a vossa excelência, é que a pessoa foi atendida sim, o atendimento foi correto, porque ela disse que naquele momento não tinha médico e que o melhor seria que a paciente procurasse a UPA e assim foi feito. E mesmo que aquela técnica de enfermagem a atendesse, nada poderia ser feito e ela possivelmente faleceria no local, no posto de saúde porque o técnico de enfermagem não tem a qualificação necessária e nem tem a qualificação necessária e nem mesmo instrumentos necessários para fazer o devido acompanhamento daquela pessoa”. 

Gilmar rebateu as colocações de Alencar. “Em nada isso retira a irresponsabilidade desta gestão, onde se tem três médicos, enfermeiros e enfermeiras e no horário de almoço sai todo mundo e a unidade fica desprovida de atendimento. Ora, uma unidade de saúde é para funcionar dentro desse tempo em que a população estará constantemente indo àquela unidade para ser atendida”.

Entretanto, o vereador Manoel da Acosap destacou a existência de uma portaria determinando o funcionamento dos postos com intervalo de almoço. “Se você for em Juazeiro, entre 12h e 14h, não encontrará nenhum médico na Unidade Básica de Saúde. Se for em Serra Talhada, onde a prefeita é do seu partido, não vai encontrar médico na equipe de saúde da família neste intervalo. Porque o horário que os secretários municipais de saúde, junto com o Ministério da Saúde, elaboram para a equipe os Núcleos de Saúde da Família, é esse. Estou falando aqui, com conhecimento de causa porque sei os horários”. 

O vereador Ronaldo Silva questionou a fala do colega, alegando que nem a pressão arterial da paciente foi aferida na tentativa de entender a causa do mal estar relatado. “No horário do almoço do posto, não tem enfermeira, não tem técnico de enfermagem, não afere a pressão de ninguém? O que questionamos aqui é que tinha uma técnica de enfermagem, não poderia aferir a pressão de alguém que está passando mal. Eu, quando estou passando mal, sinto logo uma dor no pescoço. Se aferir a pressão e tiver um comprimido sublingual e colocar, você ameniza um pouco. Se não tem condições de atender, fecha no horário do almoço e avisa ao povo para não procurar”. 

Na nota encaminhada, à Secretaria Municipal de Saúde reformou que Rosicleide de Souza Barbosa foi orientada pela equipe da recepção a buscar atendimento na Upa 24h, que é referência em atendimento de urgência e emergência”. A nota ainda apontou que o caso ocorrido da UBS da Cohab está em apuração com um procedimento interno de investigação”.