Servidores acionam MPF e denunciam diretora e delegados por assédio moral e improbidade administrativa em Academia de Polícia da PF

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Cerimônia de inauguração da nova sede da Polícia Federal, em Brasília.

Um grupo de servidores da Polícia Federal denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) uma diretora e dois delegados da corporação por assédio moral e improbidade administrativa. Com exclusividade ao Estúdio I, da GloboNews, os funcionários relataram que foram afastados pelo setor de psiquiatria da PF por danos à saúde mental após sofrerem perseguições e ameaças cometidas na Academia Nacional de Polícia (ANP) desde janeiro deste ano, quando a delegada Luciana Alonso Martins assumiu a Diretoria de Ensino (Diren) da ANP.

O assédio moral, diz a denúncia, foi cometido pelo período de cinco meses contra servidores que atuavam no setor de ensino à distância da Academia, após uma discordância por parte da nova gestão sobre uma plataforma nova e mais moderna que estava em fase de implementação desde o ano passado para a aplicação de cursos e capacitações.

A Polícia Federal, em nota, negou o assédio e disse que passou por reestruturação interna, o que inclui a nomeação de novos diretores e superintendentes regionais, bem como funções de assessoramento, que nesse processo é natural a movimentação de servidores (veja nota na íntegra abaixo).

Academia é responsável por formação de policiais federais

É na Academia Nacional de Polícia onde os policiais federais fazem o curso de formação profissional, considerado a última etapa do concurso público para ingresso nos cargos de delegado, perito criminal agente, escrivão e papiloscopista. Durante a carreira, a ANP também oferece treinamentos periódicos de forma presencial ou por educação a distância (EaD).

Ainda segundo os relatos ouvidos pela GloboNews, os dois delegados da Polícia Federal – com a anuência da diretora de ensino – passaram a questionar incisivamente, seja durante reuniões ou em conversas informais, os métodos e os motivos da escolha do novo programa de EAD que estava em implementação. Eles ainda teriam divulgado internamente que “seria feita uma limpa” em breve no setor, em menção à possível remoção dos agentes administrativos das funções que desempenhavam.

Um dos delegados, Cristiano Barbosa Sampaio, chegou a ser nomeado como “interventor” do setor de EAD da ANP e, de acordo com a representação feita ao MPF, indicou que todos os servidores que atuavam na equipe precisariam ser removidos para que o outro delegado assumisse a função, sem que fosse levada em conta a sua formação técnica e a capacitação paga a eles pela própria PF, como cursos de pós-graduação e mestrados. Toda a equipe foi dispensada em maio e colocada à disposição da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP).

Fonte: G1