Na era da IA, mulheres são as principais vítimas da pornografia falsa

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Aplicativos fotográficos que desnudam digitalmente mulheres, a possibilidade de criar “garotas de inteligência artificial (IA)” a partir de frases simples, e imagens manipuladas que alimentam a “extorsão sexual”: o crescimento da pornografia ultrarrealista está superando os esforços dos Estados Unidos e da Europa para regulamentar a tecnologia.

As falsificações de fotos e vídeos cada vez mais realistas com base em IA, as chamadas “deepfakes”, normalmente estão associadas a personalidades conhecidas, como o papa Francisco a um casaco acolchoado ou Donald Trump sob custódia, mas especialistas afirmam que seu uso está se disseminando para gerar pornografia não consensual que pode arruinar vidas comuns.

As mulheres são o principal alvo dessas ferramentas e aplicativos de IA, amplamente disponíveis gratuitamente e sem a necessidade de conhecimento técnico, que permitem aos usuários remover digitalmente as roupas de suas fotos ou inserir seus rostos em vídeos sexualmente explícitos.

“Que mensagem estamos enviando como sociedade sobre o consentimento quando qualquer mulher pode ser virtualmente despida?”, comenta.

Em um vídeo dramático, uma streamer americana conhecida como QTCinderella lamentou a “exploração e objetificação constantes” das mulheres quando se tornou vítima do “pornô deepfake”. Ela foi assediada por pessoas que enviavam cópias das manipulações em que ela aparecia.

O escândalo estourou em janeiro durante uma transmissão ao vivo do também streamer Brandon Ewing, que foi pego olhando um site contendo imagens sexuais falsas de várias mulheres, incluindo QTCinderella.

– “Garotas hiper-reais” –
A proliferação de deepfakes destaca a ameaça da desinformação habilitada por IA, que pode prejudicar a reputação e provocar intimidação ou assédio.

Fonte: AFP