Convivendo com a expectativa da minirreforma ministerial que deve ser promovida em breve pelo presidente Lula, os integrantes do Republicanos aguardam a nomeação do deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos) para uma das pastas do governo. Em entrevista ao Nossa Voz desta quarta-feira (17), o deputado federal e integrante do partido, Augusto Coutinho falou sobre as conversas em torno dessa composição, mas não confirmou, como está sendo especulado, que Costa Filho assumirá provavelmente o Ministério do Esporte.
“Confirmado seria quando está anunciado, mas existe uma negociação que é real do presidente Lula com o partido Republicano e o partido Progressista no sentido de que façam parte do seu governo. Então, na verdade, existe essa intenção agora ainda não tem o formato decidido de como seria e onde seria. É um processo que começou-se a discutir, que existe fundamento é verdade, mas ainda não tem a forma de ser feito”, afirmou.
Coutinho também comentou o posicionamento do senador Hamilton Mourão, que foi o vice-presidente de Bolsonaro e classificou como “golpe duro” o ingresso do Republicanos na base governista. “O deputado Silvio Costa Filho, além de ser muito qualificado, preparado para a função, ele tem um histórico de apoio ao PT. O seu pai, Silvio Costa, foi um dos deputados que mais defendeu e foi contra o impeachment da presidente Dilma. Não acho que seja um afrontamento do partido, é uma coisa pessoal do presidente da república, ou seja, ele quer a participação de Silvio Costa [Filho], e não vejo nenhuma dificuldade nisso. É um processo natural da democracia”, afirmou o deputado.
Questionado se haverá mudança no posicionamento do partido que no primeiro semestre passou a compor um bloco junto com PSD, MDB e o Podemos, Coutinho assegurou, num rápido balanço das atividades parlamentares na primeira metade do ano, que “as pautas que foram benéficas ao país foram aprovadas”, o que promoveu avanços importantes na economia do Brasil, segundo o parlamentar. Entre elas está a reforma tributária.
Ainda de acordo com o deputado, o governo só criaria problemas se buscasse emplacar pautas partidárias. “Se você fizer uma reflexão dentro desse próprio bloco, grande parte dele tem votado nas pautas econômicas. Agora, uma coisa que eu tenho dito em todos os momentos é que o que o governo não pode é misturar pauta do PT com a pauta do governo porque se assim o fizer, vai ter dificuldade e vai ter derrotas, pontuou.
Às voltas pela aprovação de projetos importantes como o marco fiscal, que impacta diretamente no prazo para a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Congresso tem reduzido o ritmo à espera da minirreforma ministerial de Lula. Além do Republicanos, o PP também está neste “limbo”.
Mesmo sem uma definição sobre quais órgãos terão mudanças, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou no início de agosto que os deputados André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara, e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) devem assumir ministérios de Lula. Há dúvida, porém, sobre em quais ministérios eles serão acomodados. Especula-se que a demora nos anúncios esteja na decisão entre destituir alguns dos seus ministros ou dividir pastas.