Os vereadores aprovaram, na sessão desta terça-feira (26,) o Projeto de Lei nº 021/2023 que aumenta o número de agentes de trânsito da Autarquia Municipal de Mobilidade Urbana de Petrolina. Com isso, serão 15 novas vagas que devem ser preenchidas após a realização de concurso público ainda sem data marcada no município. Mas, apesar de ter sido aprovado de forma unânime, a proposta teve um questionamento levantado pelo líder da oposição, Gilmar Santos.
É que ao citar a regra estabelecida Secretaria Nacional de Trânsito, Gilmar Santos fez o cálculo entre o número e veículos e habitantes na cidade pela quantidade de agentes de trânsito e apontou um déficit preocupante na cobertura da segurança presente nas vias da cidade:
“A recomendação é que a cada 1.000 veículos registrados no município, deve-se ter disponível um ou dois agentes. Conforme informação do IBGE, nós temos 170 mil veículos registrados em Petrolina. No mínimo, nós deveríamos ter 170 agentes de trânsito, 170 servidores ligados à política de mobilidade. Esse projeto aqui não dá conta, ele nem se aproxima do que a gente realmente necessita. Com ele, a gente sai de 78 e vai para 93. Mas, conforme essa previsão, a gente precisaria de, no mínimo, 150 agentes de trânsito. Logo, nós vamos ter aí um déficit ainda, não é?”
Santos ainda trouxe estatísticas alarmantes, relativas aos acidentes registrados na cidade. Segundo o parlamentar, nos primeiros meses deste ano, 1973 pessoas foram vítimas de acidente de trânsito. “Dessas 1.973 vítimas, nós vamos ter 1.494 só de acidente com moto. A maior parte desse pessoal sofreu acidente no final de semana e o perfil é do público masculino. Portanto, a maioria era de homens e, no geral, você tem uma associação do uso do veículo com o álcool. Quando nós pegamos o recorte da população dos projetos irrigados, a maioria praticamente estava sem capacete”, destacou.
Mas ao tocar na questão da fiscalização dos perímetros irrigados, Gilmar motivou a participação do vereador Osório Siqueira, que saiu em defesa daquelas comunidades:
“É uma área que tem mais de 70 mil pessoas, que vieram de várias regiões do país. E a população ali nas vilas, muitas vezes, quando vêem duas pessoas numa moto usando capacetes, elas ficam assustadas. Então, precisa sim fazer a fiscalização e eu peço que seja diferente, que possa ser orientada e que haja a sinalização de todos os pontos em que há riscos de ocorrer acidentes dentro da vila. A gente que mora na área irrigada, conhece de perto. Sabemos do trabalho da Ampla e até pedimos que façam um trabalho de orientação e não de fiscalização, porque a gente já é fiscalizado pelo distrito em relação a muitas coisas que são limitadas para o produtor, que já paga caro. Por isso, reconheço que a prevenção é importante, agora peço, mais uma vez, que seja orientado e não fiscalizado”, reforçou Siqueira.
Samara da Visão apoiou o discurso de Osório e reforçou a necessidade das medidas educativas naquela região e em demais áreas da cidade. “É importante trabalhar essa conscientização, o diálogo, a orientação, fazer o condutor entender que ali não é só porque vai pagar uma multa. É porque você pode vir a óbito, pode perder uma perna ou um braço. O meio de transporte, se usado de má forma, pode ser uma arma que tira tanto sua vida, quanto a vida do próximo e é nessa perspectiva que a gente precisa trabalhar, mas não só na área irrigada como em toda a cidade. Nós temos várias rotatórias e, por diversas vezes, as pessoas acabam se provocando, buzinando. Precisamos também trabalhar a tolerância”.
Atento ao debate, o vereador Edilson Leite, Edilsão do Trânsito, que também é servidor e integra a equipe da Ammpla, assegurou que a gestão municipal tem um olhar atento para as situações relatadas. “Eu só queria frisar aqui que há uns dois meses atrás o diretor presente junto com a equipe de trânsito teve uma reunião com todos os órgãos de segurança aqui tanto Biesp, o pessoal da Polícia Militar, comandante da Polícia Militar, o comandante da Polícia Rodoviária Federal. E essa é uma grande preocupação tanto do prefeito como do diretor presidente da Ammpla, e nessa reunião foi debatido principalmente esse problema dos projetos por conta do grande número de acidentes. E geralmente, quando acontece acidente no projeto é com vítima fatal. Então, ficou acordado que daqui a uns dois meses, nós vamos fazer blitz educativas nos projetos, orientando todos os moradores, os condutores tanto de moto, como de carro quem anda de forma irregular. Nós vamos fazer a blitz educativa e depois nós vamos fazer a punitiva”, divulgou.
O Projeto de Lei nº 021/2023 foi aprovado por 20 votos.