Depoimento indica que juiz foi morto após reagir a assalto: ‘Deu ré’

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O depoimento de um dos suspeitos de participação na morte do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), indica que o crime se trata de um latrocínio (roubo seguido de morte).

A abordagem ao juiz aconteceu na noite da última quinta-feira (19), na Rua Maria Digna Gameiro, no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Segundo relato do suspeito à polícia, após a prisão na noite dessa segunda-feira (23), os criminosos anunciaram o assalto logo após se aproximarem do carro do juiz. Mas a vítima teria se negado a sair do veículo. 

Um dos assaltantes teria ameaçado atirar, e o juiz teria respondido que não fizessem isso, pois “todo mundo iria ouvir”. O outro criminoso teria começado a apalpar o motorista a fim de identificar se ele não estava armado. Foi nesse momento que o magistrado teria tentado sair com o carro e acabou atingido por um tiro na cabeça.

“Deu ré”, relatou o suspeito. 

Os assaltantes teriam voltado para o carro usado na abordagem (um Ônix de cor vermelha) e fugido. 

O crime aconteceu a cerca de 300 metros da residência do juiz. Nenhum pertence teria sido levado do carro da vítima. 

O depoimento consta no auto de prisão encaminhado para a audiência de custódia de três suspeitos de envolvimento na morte do juiz Paulo Torres. A polícia, no momento, trabalha com a hipótese de latrocínio e associação criminosa.

Os três suspeitos foram presos na casa do pai de um deles, na praia de Enseada dos Corais, no município do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. No mesmo local foi encontrado o carro usado no crime. Os investigadores chegaram até o endereço após a realização de campanas. 

O trio foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife, onde prestaram depoimento. Depois, eles seguiram para audiência de custódia. 

A Justiça decretou, na manhã desta terça-feira (24), a prisão preventiva de Kauã Vinícius Alves da Rocha, Esdras Ferreira de Lima e Alcides da Silva Medeiros Júnior. Eles têm idades entre 19 e 21 anos. Eles foram encaminhados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

Fonte: JC