“Gonzaga só é presidente do PSB até o dia 31 de dezembro”, diz Lucas sobre candidatura a prefeito em 2024 

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Para o deputado federal Lucas Ramos (PSB), não as possíveis pedras no caminho da sua candidatura a prefeito de Petrolina em 2024 devem se desfazer até dezembro deste ano. Isso porque, ao contrário do que afirmou o ex-deputado federal Gonzaga Patriota (PSB), não há chances da legenda apoiar a reeleição do prefeito Simão Durando. 

Em entrevista ao Nossa Voz desta quinta-feira (26), o parlamentar também afirmou que não se surpreendeu com a aliança entre Patriota e o grupo do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, ao qual o prefeito de Petrolina pertence. Para Ramos, os ex-adversários nas eleições municipais firmaram uma aliança em 2012, quando os filhos, Fernando Filho e Gennedy Patriota concorreram a prefeito e vice da cidade, e desde então seguem juntos na política local. “Gonzaga sempre esteve bebendo dessa água”, avaliou. 

“Eu lembro bem da participação de Gonzaga na primeira campanha de Miguel Coelho em 2016. Eu lembro bem que Gonzaga patriota não participou das eleições em 2020 na segunda eleição de Miguel Coelho. Então ele apareceu beijando a mão do Fernando é muito cômodo. Para nós fica muito claro que Gonzaga está onde ele sempre esteve e isso trouxe para ele grandes vitórias. Afinal de contas, quem foi deputado federal nove vezes e estadual uma vez, você precisa reconhecer que esse caminho estava correto para ele, para política dele, para os interesses dele. Eu tenho muito respeito e admiração por Gonzaga Patriota e só deixei de ser eleitor dele quando eu fui candidato a deputado federal em 2022. No mínimo, o que eu merecia de Gonzaga era a retribuição dessa confiança que durante tantos anos, eu dei a ele em forma de voto”.

Questionado se Gonzaga teria sido ingrato por não retribuir tal fidelidade, Lucas nega e lhe atribui outra característica. “Eu acho que ele foi individualista. Até porque, se eu me elejo prefeito de Petrolina em 2024 e renuncio dia 31 de dezembro para assumir a prefeitura dia primeiro de janeiro, Gonzaga Patriota é alçado a titular lá na Câmara dos Deputados. Ele retoma o mandato de deputado federal e vai para sua décima edição. (…) É simples. Na hora em eu renunciar, Gonzaga vira deputado e ele abre mão disso porque está enxergando o próprio umbigo”. 

Apesar de classificar o ex-deputado como um “individualista”, Lucas Ramos não se mostra preocupado com as decisões do presidente do diretório municipal do PSB. “Mas Gonzaga só é presidente do PSB até o dia 31 de dezembro deste ano. A partir do dia 1º de Janeiro do próximo ano haverá uma nova configuração no PSB. Então, não tem como a gente antecipar se Simão será candidato pelo PSB”. 

Nem mesmo a aliança de Miguel Coelho com João Campos no Recife nubla os planos de Ramos para 2024. “Uma coisa não está condicionada a outra. Miguel desembarcar no governo João Campos, depois de ter feito campanhas vorazes de oposição ao PSB – e eu estou falando aqui de 2018, de 2020,  eu estou falando aqui de 2022 em que ele foi candidato a governador do Estado contra o PSB, contra aquilo que o PSB defende, contra aquilo que o PSB pregava e praticava aqui na gestão pública – e hoje abraçado com o João Campos, o prefeito vem trazer outro recado”. 

Segundo Lucas, essa aliança foi forjada num grande prejuízo para Petrolina. “Qual é o primeiro recado? É Antônio Coelho abrir mão de 50.000 votos que teve em Petrolina para assumir a Secretaria de Turismo na cidade do Recife, onde teve 2.000 votos. Petrolina perdeu a representação na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Então você retira a voz de Petrolina no Parlamento. Um prejuízo político muito grande na oposição que hoje ele faz à governadora Raquel Lyra, na cobrança, na fiscalização. Ele poderia ser a maior voz aqui para que a Compesa tomasse jeito. Poderia ser, Antônio Coelho, essa liderança na Assembleia para garantir os recursos, destinar emendas. Mas isso foi suprimido isso dos petrolinenses que acreditaram em Antônio e o colocaram na situação de majoritário aqui na cidade de Petrolina”.

Além disso, o deputado federal acredita que essa união localizada apenas na capital demonstraria uma falta de coerência do ex-prefeito de Petrolina. “Miguel faz uma regressão daquilo que ele construiu na vida política. Ele foi alçado há quase 800 mil votos em Pernambuco na oposição ao PSB. E aí hoje, a melhor gestão do Brasil é a de Recife, é a de João Campos? É melhor até do que de Simão que é o principal aluno de Miguel? Poxa, eu acho que na vida a gente tem que ter coerência. (…) Ele vai ter que justificar. Porque os interesses pessoais, familiares, vão estar sempre acima da vontade política e coletiva”, criticou Lucas Ramos.