Ao flopar, CPI Caça Fantasma pode causar racha na bancada de oposição da Câmara de Petrolina 

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Mais do que evitar que a formação da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a existência de funcionários fantasmas na Prefeitura de Petrolina, a ausência das assinaturas necessárias para viabilizar a apreciação do requerimento no plenário da Câmara Municipal parece ter abalado a unidade da bancada de oposição. É que para que os vereadores aprovassem ou rejeitassem a formação de CPI, seriam necessários que 1/3 da Casa, ou seja, oito parlamentares, validassem o documento que propunha a investigação. Exatamente o número de vereadores que compõem a oposição ao prefeito Simão Durando. 

Porém de oito, apenas seis assinaram. Gilmar Santos (líder da bancada), Gaturiano Pires, Marquinhos do N04, Samara da Visão, Lucinha Mota, além do próprio Ronaldo, não titubearam. Já Elismar Gonçalves e Alex de Jesus, se negaram sem justificativa, segundo afirmou Ronaldo, em entrevista ao Nossa Voz desta quinta-feira (09). 

Ele relatou, inicialmente,  a expedição feita ao distrito de Santa Rosa, no Município de Serrita (PE), onde localizou duas mulheres que estariam nomeadas com cargos comissionados na Secretaria de Governo da Prefeitura de Petrolina sem dar o devido expediente correspondente a função presente nas portarias que as admitiu no serviço público municipal. “Eu trouxe os indícios, todos viram os vídeos que mostramos. E qual seria o segundo passo? Fazer o requerimento, pedindo aos nossos vereadores que a gente pudesse abrir essa CPI para que pudéssemos investigar e não fizéssemos as investigações sem as provas necessárias. Então, o papel do vereador é esse, e fiscalizar. Então eu estou apenas pedindo essa comissão especial”. 

Mas ao assistir a sua CPI “flopar”, Silva não escondeu a frustração por não contar com o apoio integral da sua bancada. “Eu estava contando com os oito vereadores de oposição, que nós temos. Apenas seis assinaram. Então eu quero aqui agradecer ao nosso líder da oposição que é Gilmar Santos, a vereadora Lucinha Mota, o vereador Gaturiano Cigano, o vereador Marquinho, a vereadora Samara da Visão. Então, ficaram os vereadores Elismar e o Pastor Alex sem assinar. O motivo eu não sei. Eu liguei para os dois e eles disseram que não assinavam. Os vereadores da situação, eu entendo mas não compreendo. Falei com todos eles, pedindo que eles assinassem a formação da comissão especial e recebi o não de todos”. 

Apesar de ter o plano inicial inviabilizado, as investigações não serão encerradas. “Eu quero deixar claro para a sociedade que não é porque eu não consegui dar entrada no requerimento e aprovar a formação da comissão especial, não é pela falta das assinaturas que as investigações não vão acontecer. Eu estava fazendo isso porque é uma obrigação nossa, enquanto vereadores, fiscalizar. Então, o segundo passo, nós vamos sentar com a bancada dos seis que assinaram, pegar o material que nós temos em mãos e vamos entregar aos órgãos fiscalizadores: Ministério Público, Polícia Federal, Departamento de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil de Pernambuco (Draco) e o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE)”, assegurou.

Questionado se a recusa de Elismar e Alex em assinar o requerimento que pedia a abertura da CPI dos “Caça Fantasmas” vai alterar a dinâmica na bancada de oposição, Silva foi categórico. “Com certeza. Como você pode confiar em dois vereadores que estão se furtando de assinar? Acho que eles estão no lugar errado, eles tem que estar na bancada de situação. Eles não estão em cima do muro, já mostraram que devem estar com a bancada de situação porque se furtaram de assinar um requerimento, que não porque é da oposição, ninguém está aqui querendo prejudicar ninguém, estamos procurando saber e ter esclarecimentos. Eu não estou julgando ninguém”.

E além das denúncias feitas aos órgãos fiscalizadores, Ronaldo ainda revelou estar atento ao Diário Oficial do Município e explicou o porquê. “Estamos monitorando todas as pessoas que estão sendo demitidas a partir do dia 01. Elas já começaram. Por isso que soltei o vídeo naquela segunda feira porque sabia que a administração iria saber que eu estive naquela região fiscalizando, não só em Serrita, mas em outras também. Por isso, tem uma equipe de oposição monitorando todas as exonerações que estão saindo. O que nós queremos é saber quem é, onde mora, e onde trabalha”.