Na última sexta-feira (01), o Nossa Voz foi ao povoado do Serrote do Urubu onde os moradores daquela localidade interditaram a pista numa manifestação contra a Compesa, pela regularização do abastecimento de água naquela região. Mas na sessão desta quinta-feira (05), o vereador Ronaldo Silva colocou à prova a legitimidade da mobilização.
De acordo com Silva, além de não ser de responsabilidade da Companhia Pernambucana de Saneamento, o abastecimento daquela localidade não é contabilizado ou cobrado pela concessionária. “O tiro saiu pela culatra porque o fornecimento do Serrote do Urubu, Agrovila Massangano, Pedrinhas, Tapera, não fazem parte da administração da Compesa. Ninguém paga água nesta região. O deputado Fernando Filho arrumou uma verba e foi feita uma estação em toda a área ribeirinha. Todos vocês têm o conhecimento desse trabalho que foi feito aqui e foi a Codevasf que executou esse serviço. E na época, passaram o serviço para a Compesa e ela não aceitou. Repassaram para o município, que também não aceitou”.
Ainda mais grave, segundo o parlamentar, foi a participação de um funcionário da Prefeitura de Petrolina na organização da manifestação. “Para a minha surpresa, quem estava tocando fogo e fazendo protesto era um funcionário da Armup, da prefeitura, que recebe do município para fazer protesto, para falar mal da Compesa. Isso é uma vergonha. Ele está aqui na primeira fila com uma faixa pedindo água para a Compesa. Que o prefeito possa rever isso, porque tenho certeza de que ele não deve estar sabendo que alguém está tirando os funcionários da prefeitura para fazer protesto, para falar mal da Compesa. Isso é uma falta de vergonha para uma cidade como Petrolina.
O parlamentar reconheceu as falhas da companhia, mas deixou claro que não vai tolerar que ela receba a culpa por problemas no serviço que ela não executa na cidade. “A Compesa não é boazinha não, ela tem falhas e falha muito, há muito tempo. Mas pegar tudo que é ruim e jogar em cima da empresa? Isso é brincadeira. E o cara, na hora do serviço, ele é ouvidor da Armup, pegar um cartaz, juntar a comunidade do Serrote do Urubu e ir fechar a pista, danificar uma estrada que pode trazer consequências como o atropelamento de um pedestre ou um acidente com quem passa ali de carro, bicicleta ou de moto. Então, bancada de situação, chamem a atenção do governo [municipal] para que esses irresponsáveis não possa estar fazendo isso aqui, deixando a hora de serviço e trabalhar, fazendo protesto e falando mal de uma empresa que não tem nada a ver com o que foi feito lá”, cobrou Ronaldo Silva.