Pneumologista alerta para os riscos do cigarro eletrônico e destaca a primeira morte registrada no Brasil

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Em entrevista ao programa “Nossa Voz”, da rádio Grande Rio, o pneumologista Davi Coelho alertou para os riscos do cigarro eletrônico, que vem sendo discutido para ser liberado no Brasil.

O médico destacou que o cigarro eletrônico não é menos prejudicial do que o cigarro tradicional, como é frequentemente divulgado. Pelo contrário, ele pode ser ainda mais perigoso, pois contém diversas substâncias tóxicas, como metais pesados, nicotina e aromatizantes.

“O cigarro eletrônico tem de tudo. No líquido do cigarro eletrônico você encontra ali 60 substâncias, e quando a bateria aquece, você tem uma mola de metal que aquece o metal e ele vai aquecer a 200 graus Celsius. O líquido ele vai virar aerosol nesse processo, novas moléculas são formadas, então compostos orgânicos, como bens aldeídos, hidrocarbonetos que são relacionados a doenças como câncer, bronquite crônica, então eles são liberados”, disse Coelho.

Coelho também destacou que o cigarro eletrônico pode ser especialmente perigoso para pessoas que já possuem problemas respiratórios, como asma ou bronquite. “Quem já tem doença, vai agravar. E quem não tem, existe uma alta possibilidade de começar a ter doença”, disse.

O médico também lembrou que o cigarro eletrônico está incentivando o consumo de tabaco entre jovens. “O cigarro no Brasil vem diminuindo desde a década de 90, e aí o cigarro eletrônico dá um surto novo. Estão fomentando, jovens principalmente, a usarem o cigarro eletrônico.” disse

Coelho concluiu alertando para o poder de vício do cigarro eletrônico. “O poder de vício dele varia porque tem cigarro eletrônico que tem nicotina numa boa parte deles. E a nicotina é o fato principal de vício. Hoje em nicotina eles têm uma potencial de vício igual ao cigarro usual.”disse.

A primeira morte registrada no Brasil

Coelho também destacou a primeira morte registrada no Brasil por causa do cigarro eletrônico. “Aqui em Juazeiro foi registrado a primeira morte por causa do cigarro eletrônico. A paciente tinha uma biópsia de pulmão que foi característica desse tipo de doença. O que você tem é depósito de gordura dentro do pulmão e foi muito associado em 2019 nos Estados Unidos, quando eles tiveram uma epidemia com mais de 2.500 casos e sendo mais de 60 mortes e os pacientes do mesmo padrão, então assim foi um uma coisa que chamou muita atenção nas discussões entre médicos inclusive em São Paulo, o que acabou despertando o interesse de outros colegas”, explicou. 

Coelho disse que a morte da paciente em Juazeiro é um alerta para os riscos do cigarro eletrônico. “É um caso muito importante, porque é a primeira morte registrada no Brasil. Isso mostra que o cigarro eletrônico não é uma brincadeira, e que ele pode causar danos graves à saúde, inclusive a morte.”

O médico recomendou que as pessoas não usem cigarro eletrônico e que evitem a exposição à fumaça do cigarro eletrônico. “É importante que as pessoas estejam cientes dos riscos do cigarro eletrônico”. 

Recomendações

Diante dos riscos associados ao cigarro eletrônico, o pneumologista Davi Coelho recomenda:

  • Não usar cigarro eletrônico;
  • Evitar a exposição à fumaça do cigarro eletrônico;
  • Orientar jovens sobre os riscos do cigarro eletrônico.