Apesar do incremento de ações da polícia, o mercado ilegal de fios e cabos elétricos permanece em alta no País. E os consumidores são os mais prejudicados com esse tipo de crime. Só em Pernambuco, segundo levantamento da Neoenergia, cerca de 2 mil ocorrências por furto de cabos foram somadas ao longo de 2023. Mais de 425 mil clientes foram impactados no Estado.
Além do prejuízo da falta de energia elétrica e de internet – tão fundamental no cotidiano – esse mercado irregular põe vidas em risco.
As pessoas estão furtando fios e cabos, normalmente de cobre, para poder vender nos ferros-velhos. Esses materiais viram outros produtos, inclusive fios e cabos de má qualidade, que geram sobrecargas e incêndios. Por isso, estão sendo observados tantos acidentes com choque elétrico nos últimos anos”, pontuou o engenheiro eletricista Edson Martinho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
A entidade identificou, no País, ao menos 421 registros de incêndio por sobrecarga no primeiro semestre de 2023. Desse total, 35 resultaram em mortes. O número é bem similar ao registrado no mesmo período de 2022. Foram 441 ocorrências, com 33 óbitos. Os casos do segundo semestre ainda serão auditados, mas estima-se que cresceram 36%.
“Há vários fabricantes de má índole fazendo e colocando no mercado fios e cabos com menos cobre, vendendo como se fossem fios originais. Só que quando você tira o cobre, você aumenta o que nós chamamos de resistência. Essa resistência se transforma em calor e aí o incêndio está iniciado”, explicou Martinho.
Fonte: Jc