“Se não houver diálogo por parte do governo, poderemos suspender nossas atividades durante o carnaval’, diz presidente do Sinpol de Pernambuco

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A Polícia Civil de Pernambuco enfrenta uma possível paralisação em meio aos preparativos para o Carnaval. Em uma entrevista exclusiva, Áureo Cisneiros, presidente do sindicato, discute os motivos por trás da paralisação e os possíveis impactos no estado.

Áureo Cisneiros começa explicando os planos para o dia da paralisação. “Hoje teremos uma mobilização, que pode resultar na paralisação durante o Carnaval. Vamos nos reunir em uma assembleia e uma passeata até o Palácio do Governo, partindo da sede do sindicato dos policiais civis às 16 horas, com chegada prevista às 18 horas.”

A principal demanda da categoria é por melhorias na estrutura e no efetivo da Polícia Civil para combater a violência de forma mais eficaz. “Precisamos de mais recursos para atender a população e reduzir a violência. Se não houver abertura para o diálogo por parte do governo, poderemos suspender nossas atividades durante o Carnaval”, destaca Cisneiros.

Além disso, Cisneiros aborda a questão do concurso público anunciado recentemente pelo governo. “Embora o concurso público traga uma expectativa positiva de reforço no efetivo, as vagas anunciadas são insuficientes para suprir a demanda atual. Estamos enfrentando um déficit significativo de pessoal nas delegacias, o que compromete o trabalho investigativo e o atendimento à população.”

Entre os serviços que podem ser afetados pela paralisação, o presidente menciona o Instituto de Medicina Legal (IML) e as atividades de perícia, investigação e registro de ocorrências. Ele ressalta as condições precárias de trabalho nas delegacias.”Não temos estrutura adequada, falta até mesmo água nas delegacias. Precisamos de condições dignas para desempenhar nosso trabalho.”

O presidente do Sinpolpe critica a falta de diálogo por parte do governo e a falta de soluções para os problemas enfrentados pela Polícia Civil: “Estamos há meses tentando negociar, mas até agora não tivemos avanços. A violência continua aumentando, e a estrutura das delegacias está cada vez pior.”

A falta de efetivo também é uma preocupação, especialmente nas regiões do interior do estado. “No Sertão, as delegacias estão fechando por falta de pessoal. A situação é ainda mais grave nessas áreas, onde as condições de trabalho são precárias.”

Diante da intransigência do governo, a categoria se vê sem alternativa senão a paralisação. “Estamos dispostos a dialogar, mas precisamos de respostas concretas do governo. Se não houver avanços, seremos obrigados a parar nossas atividades. A segurança pública não pode mais ser negligenciada”, conclui Cisneiros.