Em entrevista nesta quarta-feira (20) ao programa “Nossa Voz”, da Rádio Grande Rio FM, autoridades de saúde da VII Regional de Saúde trouxeram à tona preocupações crescentes sobre os casos de Dengue em Petrolina e áreas circunvizinhas.
Ana Célia Carvalho, Gerente da VII Regional de Saúde, compartilhou dados alarmantes: “Na última semana epidemiológica, registramos 627 casos prováveis de Dengue em nossa região. Afrânio, Lagoa Grande e Petrolina têm o maior número de notificações”.
Acácio Andrade, Coordenador de Vigilância à Saúde, explicou os desafios enfrentados no processo de análise laboratorial: “Realizamos um processo de centralização das análises laboratoriais, onde os exames são enviados para o Laboratório Central no LACEN, em Recife. Com o aumento do número de encaminhamentos de amostras, ocorre um certo atraso nos resultados. No entanto, até o momento, foram reportados cinco casos pelo município, o que ressalta a importância da integração das informações municipais, considerando que existem casos confirmados na região”.
As autoridades enfatizaram a importância da notificação precoce dos sintomas suspeitos. Ana Célia destacou: “Desde o ano passado, temos investido em ações de prevenção e capacitação dos agentes de endemia em todos os municípios da VIII Regional. É crucial que os profissionais estejam sensibilizados para identificar e notificar casos suspeitos, garantindo que as informações cheguem aos órgãos competentes”.
Acácio ressaltou a necessidade de investigações detalhadas para determinar a causa dos óbitos suspeitos: “Realizamos investigações minuciosas nos hospitais, unidades de saúde e domicílios para compreender a verdadeira natureza desses casos. Recentemente, tivemos um óbito notificado e investigado, que felizmente foi descartado como sendo causado pela Dengue”.
Apesar dos desafios enfrentados, as autoridades de saúde estão trabalhando diligentemente para conter a propagação da doença. Acácio comentou que, “É essencial que a comunidade permaneça vigilante e tome medidas preventivas adequadas. O diagnóstico precoce e a notificação são fundamentais para enfrentarmos essa situação juntos”.
Acácio destacou a demora nos resultados dos exames. “O exame é encaminhado para Recife e, lá, aguardamos os resultados, o que leva cerca de 30 dias. Essa demora é preocupante devido ao grande número de amostras e ao processo de leitura no LACEN. É importante ressaltar que a população não precisa saber se teve dengue ou não, pois a conduta clínica é baseada no caso suspeito”.
Ana Célia complementou, enfatizando a importância da notificação precoce dos casos suspeitos: “Para que a população tenha ciência, ao identificar um caso suspeito, deve procurar a unidade de saúde. A notificação é essencial para realizarmos o bloqueio de transmissão em até sete dias, independente da confirmação. Isso evita a propagação do vírus”.
Acácio abordou as medidas preventivas adotadas na região: “Estamos dispensando inseticidas para os municípios e realizando bloqueios vetoriais em toda a região. Além disso, discutimos a descentralização dos exames laboratoriais para agilizar os resultados, inclusive em parceria com a Univasf, mas isso é para os próximos capítulos”.
Por fim, Acácio abordou a questão do uso do carro fumacê: “O uso do carro fumacê requer uma justificativa epidemiológica, pois sua aplicação só é permitida em situações de surto, quando há um alto número de casos. É importante ressaltar que o fumacê tem um impacto ambiental significativo e deve ser utilizado com cautela. Por isso, no momento não o utilizamos”.