Em entrevista ao Nossa Voz, nesta quinta-feira (21), o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Petrolina (Armup), Rubem Franca, abordou a qualidade da água distribuída na cidade, o teor de sal incontestável oriundo da poluição do Riacho Vitória e a relação com casos de diarreia.
Franca citou os padrões de potabilidade da água definidos pelo Ministério da Saúde (conforme a Portaria 888), que estabelecem o limite aceitável para o consumo humano em 250 miligramas por litro. “Em Petrolina, esse número está no momento em 100 miligramas por litro, portanto, numa margem segura de consumo”, destacou.
Dados e análises
O diretor da Armup reforçou a segurança da água, citando análises laboratoriais da Compesa, Univasf e Senai. “A gente sabe que o Riacho do Vitória se dilui na água do Rio São Francisco. Por isso, fizemos a captação da água da Compesa no Riacho Vitória e na saída do reservatório, o que mostrou que a água é boa para consumo”, disse Rubem Franca.
Segundo Rubem Franca, os dados laboratórias apresentaram esses níveis:
Univasf:
- Nível de cloreto saindo da caixa d’água: 101 miligramas por litro
- PH: 6,6
Senai:
- Nível de cloreto saindo da caixa d’água: 104 miligramas por litro
- PH: 6,9
Relação com diarreia descartada
Questionado sobre os casos de diarreia que populares sugerem ter relação com a água, Rubem Franca negou qualquer ligação. “Sobre a diarreia, desde janeiro para cá tivemos mais de 3 mil casos. Não tem relação com a água. Temos três estações de tratamento. Aqui no centro atende 60% da cidade, traz água salgada, que é salobra. Tem a ETA Vitória que atende 30 a 35%, que pega água limpa do Rio São Francisco. Então, recebi um relatório da Secretaria de Saúde que atesta que a causa está relacionada com as chuvas que têm contaminado os alimentos. Essa é a maior chuva dos últimos 20 anos. Então, nas unidades de saúde onde não tem sal, a gente teve 1,5 casos por mil habitantes, enquanto na região central, que 70% da população toma água salobra, a gente teve 0,6 casos por mil habitantes. A Secretaria de Saúde fez centenas de análises por mês e não detectou a relação com a água”, afirmou.
Em relação às discussões durante uma reunião ocorrida na quarta-feira (20), Franca menciona que a Compesa apresentou detalhes sobre as estações de tratamento que enfrentam problemas com a salinidade da água. No entanto, ele enfatiza que as análises laboratoriais não foram disponibilizadas durante a reunião. Franca afirma: “Recebi as análises posteriormente e elas demonstram a qualidade da água. Devo ressaltar que não estou defendendo a Compesa, mas sim fiscalizando seus procedimentos. O que não aceito é tomar água salobra, sem os níveis seguro de sais que o Rio São Francisco pode oferecer”, concluiu.