Em entrevista ao Nossa Voz, Francisco Freitas, coordenador do programa de Chagas de Petrolina, abordou a situação da doença no município.
Neste domingo (14), é o dia Mundial da Doença de Chagas que completa 114 anos após sua descoberta pelo médico brasileiro Carlos Chagas.
Freitas destacou que a doença de Chagas, assim como a tuberculose, hanseníase e leishmaniose, é uma doença negligenciada no Brasil. Apesar de ser endêmica na região, ainda há muitos desafios para o seu controle.
“A doença de Chagas é uma doença negligenciada, assim como a tuberculose, a hanseníase e a leishmaniose. Além disso, a doença de Chagas é uma doença endêmica aqui da nossa região, ou seja, historicamente a gente convive com os desafios da doença de Chagas. Então, dentro desse contexto, dentro desse rol das doenças negligenciadas, a doença de Chagas também padece dos mesmos desafios que essas outras doenças: elas requerem do serviço público de saúde”, disse Freitas.
No Brasil, a notificação compulsória da doença de Chagas na forma crônica só foi iniciada em 2020. Em Petrolina, o acompanhamento dos casos começou no mesmo ano, com a criação da coordenação municipal do programa.
Embora os dados oficiais sejam subestimados, estima-se que existam entre 2 milhões e 5 milhões de pessoas com Chagas no Brasil. Em Petrolina, foram notificados 13 casos em 2022 e 7 casos em 2023 na forma crônica.
“Em Petrolina, a gente começou a fazer esse acompanhamento exatamente a partir de 2020, quando a gente criou a coordenação municipal do programa. Então, em 2022, a gente fez a notificação de 13 casos de doença de Chagas aqui no município. No ano passado, a gente notificou sete casos de doença de Chagas na forma crônica”, relatou.
A doença de Chagas pode se manifestar de forma aguda ou crônica. A fase aguda geralmente dura 8 semanas e pode ser assintomática em 95% dos casos. Na fase crônica, a doença pode afetar o coração, o sistema digestivo ou outros órgãos.
“A doença de Chagas, ela tem dois momentos. Ela tem a fase aguda que é muito rápida, geralmente dura oito semanas e se não for descoberta e não tratada corretamente, então ela se cronifica. A pessoa vai passar a vida toda convivendo com a infecção e a doença de Chagas e sem sintomas”, detalhou Freitas.
