Estudo mostra que 750 mil mortes por bactérias resistentes a antibióticos poderiam ser evitadas

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Pesquisadores da rede pública de saúde do Distrito Federal estudam evolução do coronavírus, causador da Covid-19, em pacientes.

Anualmente, 7,7 milhões de pessoas morrem por causas atribuídas a infecções bacterianas. Dessas, 1,27 milhões são associadas a bactérias resistentes a antibióticos. Um novo estudo, porém, mostra que medidas como vacinação e acesso a saneamento básico podem reduzir cerca de 750 mil destas mortes.

A estimativa faz parte de um levantamento divulgado nesta quinta (23) na revista científica The Lancet, a mais renomada do meio médico. O número chama atenção para os casos de bactérias resistentes a antibióticos, problema presente em todo mundo, mas que afeta particularmente a parcela mais pobre dos países.

Ana Cristina Gales, professora da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e uma das autoras da série de estudos, explica que existem medidas relativamente simples que podem ser implementadas nos países para reduzir essas mortes.

Uma delas é a vacinação contra outros agentes infecciosos, que podem prevenir hospitalizações e impedir o prolongamento hospitalar —este, sim, associado a infecções bacterianas.

“Você vai ter uma pneumonia bacteriana como uma complicação da gripe e vai usar antibiótico. Então, se você se vacinar contra a gripe, a chance de ter gripe é menor e, consequentemente, terá menos pneumonias bacterianas como complicação desses casos e usará menos antibiótico”, explica.

As bactérias resistentes impactam milhares de pessoas. Embora todos estejam sujeitos a essas complicações, crianças, idosos e imunocomprometidos são os principais afetados. Nestes grupos, vacinação contra doenças respiratórias, como a gripe, causada pelo vírus influenza, e contra bactérias pneumocócicas, podem ser aliadas no combate a infecções. (Foto: Ilustração/ Agência Brasil)