Nesta sexta-feira (19), o ambientalista Victor Flores destacou os graves problemas enfrentados pelo Rio São Francisco durante uma entrevista. Ele apontou que a contaminação do rio na zona urbana é um problema crônico, exacerbado nos meses pós-chuva, quando a água chega salobra e há surtos de diarreia e distúrbios gástricos. Flores mencionou um vídeo viral que produziu mostrando a situação do rio e de seu afluente, o Riacho da Viagem, destacando a contaminação principalmente por esgoto e a presença de embalagens de agrotóxicos nas margens.
“A gente tem vários problemas no Rio São Francisco da Zona Urbana, que é um problema crônico que as pessoas só lembram no período de fevereiro, março e abril, pós-chuva, quando a água chega salobra e existe um surto de diarreia e distúrbios gástricos. Eu fiz um vídeo nesse período que viralizou, mostrando a situação do rio e do Riacho Vitória que é afluente do Rio São Francisco. A principal fonte dessa contaminação é o esgoto que chega ao rio. Além disso, encontramos uma grande quantidade de embalagens de agrotóxicos nas margens do riacho, indicando uma possível contaminação por esses produtos,” explicou Flores.
Ele destacou a importância de alertar a comunidade sobre esses problemas, especialmente no período eleitoral, para que a população esteja ciente de que a saúde começa pela preservação do rio. Flores criticou a ausência de investimentos na recuperação do Rio São Francisco por parte das esferas federal, municipal e estadual.
“O que faz a economia girar na cidade é o nosso Rio São Francisco, que mantém a vida aqui. É assustador porque há uma ausência de todos os entes, desde o federal ao municipal e estadual. Hoje, na margem do rio em Petrolina, não há investimentos em recuperação. Precisamos cobrar dos poderes municipais e dos pré-candidatos que incluam projetos de recuperação no plano de governo. Por isso, políticos precisam incluir recuperação do Rio São Francisco em seus planos de governo” enfatizou.
Flores mencionou que as maiores fontes de poluição do rio na região são os esgotos e os resíduos da fruticultura. Ele destacou a importância de monitorar a contaminação por agrotóxicos, citando o exemplo de Campo Formoso, onde foram encontrados 12 agrotóxicos na água do consumidor, três acima do nível permitido.
“Vivemos basicamente da fruticultura. Precisamos de análises para saber se isso está prejudicando a saúde. Atualmente, o estado de Pernambuco não tem nenhuma cidade monitorando agrotóxicos na água, o que é assustador,” alertou Flores.
Durante a entrevista, ouvintes também participaram. Oséias, do Parque São Gonçalo, ressaltou a falta de importância dada pelos políticos à preservação do rio. Flores concordou e reforçou a necessidade de ações efetivas e contínuas, não apenas pontuais.
“Precisamos de um projeto de recuperação de longo prazo para o Rio São Francisco, com investimentos contínuos,” afirmou Flores.
Lindemberg, outro ouvinte, parabenizou Flores pelo trabalho desenvolvido e criticou a falta de atenção dos vereadores e prefeitos à questão do rio. Flores ressaltou a importância da comunidade cobrar ações dos políticos.
“A população precisa se conscientizar e cobrar dos políticos propostas e investimentos para a preservação do Rio São Francisco,” destacou.
Flores também abordou a questão da arborização urbana em Petrolina, afirmando que a cidade precisa de um plano de manejo adequado para garantir uma arborização saudável e sustentável.
“A cidade precisa parar de mutilar as árvores e seguir um plano de manejo adequado. A arborização traz inúmeros benefícios, incluindo a valorização dos imóveis e o bem-estar da população,” disse Flores.
A entrevista concluiu com a sugestão de um ouvinte sobre a limpeza diária do rio e suas margens. Flores concordou, mas enfatizou a importância do monitoramento e da conscientização da população.
“Precisamos de um monitoramento contínuo e da conscientização da população para evitar a poluição,” concluiu Flores.
