Os líderes de Israel e do Hezbollah deixaram claro que os ataques mútuos deste domingo (25) não serão os últimos no confronto entre os dois lados.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no início de uma reunião de emergência do seu gabinete que “o que aconteceu hoje não é o fim dessa história”.
Representantes do grupo militante radical xiita libanês, por seu lado, afirmaram que os ataques contra o território israelense foram apenas a “primeira fase” de sua resposta ao assassinato de seu principal líder militar, Fuad Shukr, morto por um míssil lançado por Israel no dia 30 de julho.
A retórica belicista indica que a atual escalada de violência pode ser apenas o início de um conflito ainda mais amplo, mais duro e sangrento entre os dois lados.
O Hezbollah vem bombardeando o norte de Israel quase diariamente desde o início da guerra na Faixa de Gaza, iniciada com os ataques do Hamas contra civis israelenses no dia 7 de outubro do ano passado.
As Forças de Defesa de Israel, em retaliação, também lançam mísseis contra o sul do Líbano na mesma proporção.
Cerca de 100 mil pessoas já tiveram que deixar o sul do Líbano e outras 60 mil, o norte de Israel, desde que as escaramuças começaram.
Os ataques deste domingo, no entanto, foram os maiores desde o início da guerra, com o uso de mais de 100 caças militares israelenses que bombardearam centenas de posições do Hezbollah –que revidou com cerca de 300 mísseis e drones.
Pelo menos três pessoas morreram no Líbano.
O Hezbollah disse em uma declaração que está “no mais alto nível de prontidão e permanecerá forte e alerta” a qualquer “transgressão ou agressão” israelense.
O grupo disse ainda que, especialmente se civis forem feridos, “a punição será muito severa e dura”.
Netanyahu também foi duro, dizendo que ordenou que seus militares realizassem um intenso ataque preventivo para remover a ameaça do Hezbollah.
“Estamos atacando o Hezbollah com golpes esmagadores surpreendentes. Há três semanas, eliminamos seu chefe militar e hoje frustramos seu plano de ataque”, disse o líder israelense.
“Nasrallah em Beirute e Khamenei em Teerã precisam saber que este é um passo adicional para mudar a situação no norte e devolver nossos moradores em segurança para suas casas”, disse ele em referência aos líderes do Hezbollah, Hassan Nasrallah e do Irã, Ali Khamenei.
“E eu reitero: este não é o fim da história”, concluiu ele.
O temor, agora, é que um ataque mal calculado de um dos lados acabe levando a múltiplas vítimas civis ou grandes danos materiais. Isso abriria a possibilidade de uma guerra total na região.
Fonte: CNN Brasil