Danilo Cabral critica polarização e sugere que PSB busque mais do que promessas e alianças de ocasião

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Durante entrevista concedida ao programa Nossa Voz nesta terça-feira (27), o superintendente da Sudene e ex-candidato ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB), ofereceu uma análise crítica sobre o cenário político atual, destacando a importância das eleições municipais de 2024 e suas implicações para as eleições estaduais e presidenciais de 2026. Embora não esteja concorrendo a nenhum cargo este ano, Cabral pontuou que as disputas municipais são um termômetro crucial para o futuro político do país, especialmente em um Brasil que ele considera ainda profundamente dividido.

O superintendente da Sudene destacou que, apesar da vitória de Lula nas eleições de 2022, a polarização persiste, com exemplos como a ascensão de figuras da extrema direita na política brasileira, que descreveu como “um símbolo da disputa que ainda está presente na sociedade”. Segundo ele, as eleições no Nordeste, uma região que foi decisiva para a vitória de Lula, terão um papel fundamental na reafirmação dos valores democráticos.

Em sua crítica à atual gestão de Pernambuco sob o comando da governadora Raquel Lyra (PSDB), Cabral lamentou o declínio do estado em termos de competitividade econômica, saúde, educação e segurança pública. Ele apontou que Pernambuco perdeu três posições no ranking de competitividade, o que, segundo o socialista, reflete a falta de organização e confiabilidade do governo estadual para atrair investimentos. Cabral também mencionou que Raquel Lyra tem enfrentado altos índices de rejeição, algo que ele acredita estar relacionado à incapacidade do governo de promover mudanças significativas na vida dos pernambucanos.

Quando questionado sobre a aliança entre o PSB e o União Brasil em torno da reeleição de João Campos e a situação do partido em Petrolina, onde as forças políticas do partido – ou seja, o presidente do comitê provisório local, Gonzaga Patriota e o deputado federal, Lucas Ramos – estão divididas, Cabral se posicionou contra alianças circunstanciais. Ele defendeu que o PSB deve priorizar alianças programáticas, focadas em valores como democracia e defesa dos mais vulneráveis, e criticou a fragmentação interna do partido em Petrolina, atribuindo a responsabilidade à direção partidária para encontrar uma solução que preserve a identidade do PSB. 

“É por isso que estamos com o partido fraturado em Petrolina com uma banda para cada lado. Isso cabe a direção do partido encontrar os caminhos para que a gente possa preservar a identidade do partido. Essa é nossa convicção. Sabemos que tem gente que gosta de estar em governo e tem gente que gosta de política e defender o povo em qualquer circunstância. Eu procuro estar sempre ao lado daquele que procura defender o povo e está defendendo os valores que representam efetivamente a história do nosso partido”, cravou.