Coronel Meira reforça impeachment de Alexandre de Moraes e critica senadores pernambucanos por não apoiarem a medida: “Vendidos ao sistema”

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Durante uma entrevista ao “Nossa Voz” de hoje (10), o deputado federal Coronel Meira (PL-PE) voltou a fazer duras críticas a Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçando a importância do pedido de impeachment do ministro. Meira, que junto com outros 158 deputados e 32 senadores protocolou o pedido de impeachment, afirma que as ações de Moraes estão comprometendo os direitos individuais e violando a Constituição Brasileira. Segundo ele, “não temos mais uma Constituição respeitada em pleno vigor” e que o Brasil estaria vivendo uma “ditadura da toga”.

Meira destacou que o pedido de impeachment não é um ato isolado, mas sim fruto de um movimento nacional que reúne mais de um milhão e meio de assinaturas de brasileiros, além do apoio de parlamentares de diversas regiões do país. “Entramos com a denúncia formal contra o ministro, que foi entregue ontem ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. É uma peça muito bem formatada, com mais de 28 páginas de denúncias, que apontam abusos cometidos pelo ministro em relação à liberdade de expressão e à condução de processos judiciais”, explicou o deputado.

Em um dos trechos mais polêmicos da entrevista, Coronel Meira criticou abertamente os três senadores de Pernambuco por não terem assinado o pedido de impeachment, sugerindo que eles estariam “vendidos ao sistema”. Segundo o deputado, “os senadores de Pernambuco, todos os três, Humberto Costa (PT), Teresa Leitão (PT) e Fernando Dueire (MDB), não assinaram o documento e se mantêm a favor da ditadura da toga”.

Ele ainda demonstrou surpresa em relação à posição do senador Fernando Dueire, com quem diz ter um bom relacionamento. “Conversei com ele, estou estranhando sua posição. Ele precisa assinar esse pedido, assim como os outros dois senadores pernambucanos, que já estão fazendo jogo político”.

Essa acusação direta contra os senadores pernambucanos faz parte de um discurso mais amplo de Meira sobre a falta de apoio à causa dentro do Senado. Ele expressou confiança de que o movimento pelo impeachment de Moraes crescerá, afirmando que “a única coisa que falta são 41 senadores” para que o processo seja iniciado. Meira também ressaltou que o Congresso precisa funcionar para garantir o equilíbrio de poderes e que “abrir esse processo é fundamental para restabelecer o respeito à Constituição”.

Denúncias contra Alexandre de Moraes

O deputado reiterou que as principais acusações contra Moraes incluem o monitoramento e bloqueio de perfis conservadores nas redes sociais, que Meira vê como uma clara violação à liberdade de expressão. Ele também apontou o uso prolongado de prisões preventivas e o desrespeito a pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) como evidências de abuso de poder.

“Precisamos de um Judiciário que cumpra seu papel de maneira imparcial e dentro dos limites constitucionais, sem decisões monocráticas que comprometem a democracia”, afirmou.

Próximos passos

Questionado sobre o que seu grupo pretende fazer caso o pedido de impeachment não seja aceito, Meira foi enfático. “Se Rodrigo Pacheco tentar sentar em cima desse pedido, vamos atropelar. O povo brasileiro está cansado dessa interferência do STF e das decisões de Moraes”. O deputado finalizou a entrevista convocando a população a pressionar seus representantes no Senado, pedindo a adesão ao processo de impeachment como uma forma de “passar o Brasil a limpo” e garantir que os poderes voltem a atuar em harmonia. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)