A greve das merendeiras contratadas pela empresa Contec Construções e Serviços, que atende escolas estaduais em Petrolina, Salgueiro e Araripina, foi suspensa nesta quinta-feira (12) após o pagamento de salários pendentes. O movimento, liderado pelo Sindicato Intermunicipal dos Empregados e Empresas de Asseio e Conservação, resultou em uma assembleia, na quarta-feira (11), que discutiu os próximos passos e a situação dos trabalhadores.
João Soares, presidente do sindicato, explicou que o pagamento dos salários é uma luta contínua. “Pagamento de salário que todo mês acontece, isso é uma luta enorme que nós temos com a empresa para que efetue o pagamento dos trabalhadores. Então essa não foi a primeira vez, já outras e outras nós fizemos e parece que aguarda um movimento para fazer esse pagamento,” afirmou Soares.
Ele destacou que, apesar de informações da Secretaria de Educação indicando que a empresa estava em dias com seus compromissos, a empresa frequentemente alegava esperar receber valores antes de pagar os trabalhadores. “A secretaria estava em dias com a empresa, porque o que a empresa fala para o sindicato é que esperava receber o valor e dessa vez eles não deram o prazo nenhuma de pagamento,” explicou.
Além dos salários, o sindicato também cobrou a adequação das condições de trabalho, incluindo a carga horária. Soares denunciou a sobrecarga enfrentada pelas merendeiras devido a uma mudança nos horários de expediente: “Era para aumentar a equipe depois que a escola virou integral, porque aumentou o trabalho delas, mas sobrecarregar e muito esses trabalhadores.”
O presidente do sindicato também mencionou que está em andamento uma ação jurídica para garantir uma fiscalização mais eficaz e evitar futuros atrasos. “Nós estamos movimentando nosso jurídico para que haja uma solução fiscalização mais eficaz por parte do Governo do Estado,” afirmou Soares, que acredita na possibilidade de resolver o problema com uma abordagem mais rígida.
Soares criticou a empresa Contec por não cumprir suas obrigações contratuais e também levantou questões sobre o papel do governo no repasse de verbas. “Quando repassa o valor, porque muitos falam questão do repasse, não justifica também porque a empresa tem a obrigação de assumir com os pagamentos mesmo sem receber durante três meses,” disse.
Em sua fala, Soares também destacou o impacto das dificuldades financeiras enfrentadas pelos trabalhadores. “Você já pensou o que é? R$ 300 e a pessoa dividir em duas três vezes, como é que ela chega no supermercado para comprar? É pouca coisa, ela não pode comprar com R$ 100 com 7 e poucos reais,” afirmou.
Ele acrescentou: “A empresa é a única em Petrolina ou nessas três cidades – Araripina, Salgueiro e Petrolina – porque ela é responsável pelo contrato das três cidades. O erro está na empresa e no governo, porque a questão da fiscalização. O estado repassa o valor total, ele não repassa parcelado.”
A greve também trouxe à tona ameaças de penalização aos trabalhadores. “Eles ameaçaram porque a primeira providência deles não era efetuar o pagamento e sim penalizar o trabalhador mais ainda,” relatou Soares.
Ele garantiu que o sindicato está preparado para recorrer judicialmente caso haja descontos nos salários dos grevistas. ” Quer dizer, nós fomos de encontro à informação do encarregado que ameaçou o pessoal de cortar o ponto. Eu garanti para eles que temos em Petrolina um total de 180 trabalhadores e 110 conosco no movimento, então nós temos como recorrer judicialmente se ele vier a descontar o dia delas.”