Bahia ocupa 4º posição de estado com mais casos de suicídio de PMs em cinco anos

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A Bahia ocupou a quarta colocação na lista de estados com mais casos de suicídio entre policiais militares do Brasil entre os anos de 2018 e 2022. Os casos envolvendo PMs totalizaram 21 no período, seguidos de policiais civis (3) e policiais penais (2). Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES Brasil), por meio de dados oficiais através da Lei de Acesso à Informação (LAI). Entre PMs na ativa, São Paulo obteve 78 ocorrências do tipo, seguido por Minas Gerais (28) e Rio Grande do Sul (25).

Com 7,8%, a Bahia registrou também a segunda maior taxa de suicídio entre policiais penais no ano de 2022 em todo o país. O estado ficou atrás somente do Amapá, que lidera o ranking com 11,9%. Na taxa de suicídio entre policiais civis, o estado possui 1,8%, ficando atrás do Mato Grosso do Sul (10,4%), Santa Catarina (5,6%); Ceará (5,4%); Distrito Federal (3,3%); Pernambuco (2,1%) e Rio Grande do Sul (1,9%).

O estudo apresentou também os números de profissionais de saúde, entre eles, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais em cada uma das forças policiais. Na PC, durante o período foram registrados 13 trabalhadores, sendo 6 psicólogos e 7 assistentes sociais. Já na PM, no período, 4 psiquiatras, 6 psicólogos e 2 assistentes sociais estavam na corporação. 

Na polícia penal, somente 2 assistentes estavam atuando na autarquia. É importante lembrar que não houve números em casos de bombeiros, pois não houve registro na corporação, conforme o estudo. 

IMPACTOS 
A médica psiquiatra, membro da Comissão de Prevenção do Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Sandra Peu, explicou alguns dos fatores que podem concorrer para a ocorrência das tentativas de suicídio, a exemplo de estresse e acesso a armas por esses profissionais. 

“Quando observamos características da população de profissionais de segurança, encontramos variáveis que concorrem para o aumento do risco de morte por suicídio, como ser um grupo com predomínio de homens (homens utilizam de meios letais mais violentos para autoextermínio), e ter acesso a meio altamente letal, as armas de fogo. Temos também um cenário de crescimento de violência urbana, o que aumenta o estresse laboral dos profissionais de segurança, baixos salários e desvalorização social dos policiais, o que pode comprometer o sentimento de pertencimento social e sentido da vida para o policial”, disse Peu. 

A especialista observou também que algumas condições pessoais podem ter relação com o risco da prática. 

Fonte: Bahia Notícias