“Vereador é funcionário do povo e não do prefeito”, destaca Gabriel Menezes, eleito vereador de Petrolina

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Nesta terça-feira (15), o programa Nossa Voz recebeu o vaqueiro Gabriel Menezes, que a partir de 1º de janeiro de 2025, ocupará uma cadeira na Câmara Municipal de Petrolina. Eleito com 2.133 votos pelo PSD, Gabriel retorna ao legislativo municipal com um discurso focado na representatividade das comunidades rurais e no compromisso de legislar com coerência.

Durante a entrevista, Gabriel Menezes destacou a importância de sua identidade como vaqueiro, vinculando-a ao trabalho que pretende realizar no seu novo mandato. “Esse chapéu de couro ali é aquilo, ele diz muito sobre mim, mas ele fala muito mais sobre as pessoas que eu quero representar nesse novo mandato. Sabe, eu tenho andado muito, nem assumi ainda, mas domingo agora já tava numa missa de Vaqueiros, visitando, abraçando os amigos sim, mas também observando, colhendo as demandas que a gente vai transformar em proposições no nosso mandato a partir do primeiro de janeiro”, disse o vereador eleito.

Menezes agradeceu o apoio recebido e reforçou a humildade de sua trajetória. “Agradeço a Deus, primeiramente, sem a graça d’Ele, não teríamos conquistado esse mandato. A minha família, aos amigos de verdade que a gente tem, foi na força da amizade. A gente sabe o preço das campanhas em Petrolina. Então, se a gente chegou, é porque tivemos 2.133 pessoas que acreditaram nisso, o vaqueiro da Mão Grossa para estar lá novamente, sendo uma voz, não para dizer a verdade, mas uma voz propositiva, uma voz que não se curva diante dos embates necessários no nosso legislativo.”

Gabriel reforçou que sua atuação será voltada para atender as demandas da população e que espera ser cobrado por isso. “A gente vai para lá é provando e cobrando do Executivo Municipal, do Governo do Estado e dos nossos representantes na esfera federal, porque o político deve ser cobrado. Tudo que o mal político quer é ser eleito e que ninguém o cobre. Hoje, nós temos uma ferramenta de contato direto com os nossos representantes, que são as redes sociais de cada um. Todo mundo pode, ali no Instagram, no Facebook da vida, tentar conseguir um WhatsApp de um representante eleito, de um ocupante de uma cadeira dessas que são tão importantes na nossa vida, para cobrar. Então, esperem e cobrem de mim uma atuação perto do povo. Como eu disse durante toda a campanha, vereador é funcionário do povo e não do prefeito”, destacou Gabriel.

Sobre suas prioridades, Gabriel foi enfático em reafirmar seu papel como fiscalizador e legislador comprometido. “É uma nova missão, com a coragem de sempre. Fui eleito vereador, e é vereador que quero ser. O papel do vereador é legislar, fiscalizar, cobrar, denunciar quando necessário. Eu quero que a população espere e me cobre, uma atuação coerente, verdadeira, responsável. Tenho orgulho de andar pelos quatro cantos dessa cidade, de cabeça erguida, como alguém que, de 2017 a 2020, honrou a confiança. Não me envolvi em nada que desabonasse a minha conduta, e é dessa forma que a gente vai para lá, cobrando do Executivo Municipal, do Governo do Estado, e dos nossos representantes na esfera federal”, destacou.

Ao falar sobre sua posição como parte da bancada de oposição, Gabriel demonstrou orgulho em sua trajetória ao lado de figuras históricas da política local. “Foi um orgulho caminhar ao lado do Dr. Júlio Elismar, ao lado de Osvaldo Coelho, representado logicamente pelo seu filho. Eu me refiro muito a Guilherme como Osvaldo, porque vejo nele todos aqueles compromissos que o pai tinha com a irrigação. Tenho muito orgulho de ter caminhado ao lado desses homens, e fico muito feliz pela reeleição do combativo vereador Professor Gilmar, do meu amigo Gaturiano Cigano, e pela eleição de Diego Serra, que vai qualificar bastante não só a bancada de oposição, mas a própria legislatura de 2025 a 2028”, comentou.

Gabriel também pontuou as dificuldades da oposição, considerando a diferença numérica entre os vereadores. “Numericamente, temos uma bancada reduzida frente aos 18 vereadores que acreditamos que serão situacionistas a partir de janeiro. Alguns foram reeleitos, e alguns que chegam também integram a base do prefeito Simão Durando.”

Ele aprovou e mencionou a formação da bancada de oposição e os desafios que ela enfrentará em 2025. Segundo o vaqueiro, “a bancada de oposição, nós temos cinco vereadores. Como eu disse agora há pouco, naturalmente, Gaturiano e Gilmar são da Federação PT, PV, PC do B, então já têm o bloco formado. E nós temos o nosso mandato pelo PSD, Ronaldo Silva pelo PSDB e Diego Serra pelo PL. Então, acredito que esses três — eu, Ronaldo Silva e Diego Serra — formemos um segundo bloco.”

O vereador reforçou que haverá negociações com outros partidos para garantir que a oposição tenha voz ativa nas decisões da Câmara. “Temos também partidos da base do prefeito, que elegeram dois, quatro vereadores, que também vão brigar por espaços. A gente precisa sentar e negociar com esses vereadores, como a vereadora Cláudia Ferreira, que aqui parabenizo pela eleição muito bonita, e o vereador Roberto da Gráfica. A gente precisa conduzir da melhor forma. O que não pode é aceitar que queiram impor a nossa ausência em comissões tão importantes”, pontuou Gabriel.

Ao discutir as urnas, Gabriel fez uma análise crítica do resultado das eleições e da alta abstenção. “Ao prefeito Simão Durando, quero reconhecer o resultado. Ele teve cerca de 44% dos votos do eleitorado de Petrolina. Tivemos uma abstenção muito grande, e isso é preocupante. Muita gente não se sentiu convencida a sair de casa para votar em mim ou em qualquer outro candidato. As urnas mandam diversos recados, e todos, independente de lados, precisam pensar nas suas ações.”

Em relação à mesa diretora, Gabriel se posicionou a favor da renovação, mas reconheceu o trabalho realizado até então. “Eu sou a favor da oxigenação, mas é preciso registrar que Aero tem feito um bom trabalho na casa. Precisamos participar das conversas e decisões, tendo a orientação do deputado Lucas Ramos. Eu preciso conversar para convencer, mas é necessário que haja uma reunião com os cinco vereadores da bancada de oposição. O que precisamos é garantir que a oposição tenha espaço, especialmente na tribuna da Câmara, que é um direito fundamental no parlamento e foi suprimido. Ontem (14), sentei com Aero Cruz e cobrei a retomada desse espaço para os vereadores. Isso precisa estar em pauta, pois é essencial para ele obter nossos votos. Um vereador não pode ficar sem tribuna, e essa será uma das nossas pautas principais.””, ressaltou.

Por fim, Gabriel reafirmou sua posição de vigilância em relação às comissões permanentes da casa, destacando a importância de uma atuação atenta. “Temos que ficar muito atentos às comissões permanentes, porque são através delas que os pareceres dos projetos passam. Muitas vezes, projetos não tão bons acabam sendo aprovados por troca de favores. Precisamos estar de olho para garantir que a bancada de oposição tenha espaço e voz nas decisões”, concluiu o vereador.