Explosões em Brasília geram debate na Câmara de Petrolina onde vereadores se dividem sobre culpa e ideologia

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A recente explosão nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, envolvendo o ex-candidato a vereador pelo PL, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiü França”, gerou debate acalorado entre os vereadores de Petrolina durante a sessão desta quinta-feira (14). O episódio, que resultou na morte de Tiü França, foi discutido em profundidade, com destaque para a dissidência entre as visões entre os vereadores Gilmar Santos (PT) e Diogo Hoffmann (União).

Para Gilmar Santos, o ataque não foi um ato isolado, mas parte de uma crescente onda de extremismo alimentada por figuras da extrema direita, que ele associou diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “ Obviamente, quem lança uma bomba, da forma que aquele senhor fez, não é para assustar, é para matar. E, quando alguém quer matar, está matando também a democracia, porque a democracia é o espaço do respeito, do diálogo, do conflito, mas acima de tudo do respeito às diferenças. Quando se usa a violência contra as instituições, contra esta casa, ou qualquer espaço de poder público, está se dizendo que não se respeita a democracia.”, afirmou.

Em uma crítica contundente, Santos também destacou o que considera um padrão de violência associado ao bolsonarismo. “Eles querem que os terroristas que invadiram os Três Poderes sejam perdoados. Quando é para atacar os direitos humanos, atacam a todo momento; mas, quando é para se beneficiar dos direitos humanos, aí querem perdão. Estamos aqui para repudiar o ódio, a violência, a estupidez e a covardia do bolsonarismo e da extrema direita. Está comprovado, mais do que comprovado, que o bolsonarismo mata, que Bolsonaro e a extrema direita têm um projeto de destruição deste país. O ex-presidente Bolsonaro é o grande representante desse projeto de ódio, de violência e de destruição”.

A fala provocou reação imediata de Diogo Hoffmann, que repudiou qualquer tentativa de associar o ataque diretamente a Bolsonaro. Em defesa do ex-presidente, Hoffmann argumentou que a filiação de Francisco Luiz ao PL ocorreu antes de Bolsonaro integrar o partido. “O cidadão que praticou o ataque estava filiado ao partido do presidente, mas essa filiação aconteceu em 2020, enquanto Bolsonaro se filiou ao partido em 2021. Naquela época, o PL não estava na base nem vinculado ao presidente Jair Messias Bolsonaro, de modo que atribuir o fato de ontem a ele é, no mínimo, temerário. Precisamos ser cuidadosos e cautelosos com isso. Repudiamos veementemente o ocorrido. Nenhum de nós é a favor de violência, nenhum de nós é a favor de crime ou de qualquer tipo de atentado contra esta casa ou contra qualquer pessoa. Porém, atribuir a responsabilidade do ato ao presidente Jair Bolsonaro é leviano, e não podemos fazer isso”, pontuou Hoffmann, buscando distanciar Bolsonaro do atentado.

Ele ainda acrescentou que, nas redes sociais, Luiz expressava descontentamento tanto com Bolsonaro quanto com Lula, deixando claro que seu ato não poderia ser simplificado como apoio ao ex-presidente. “Inclusive, as redes sociais desse indivíduo mostram que ele pede que tanto Bolsonaro quanto Lula se retirem da vida pública. Em uma postagem no Facebook, ele afirma que ambos deveriam sair da vida pública. Portanto, nós lamentamos profundamente o ocorrido e repudiamos o fato de maneira veemente, mas também não podemos aceitar que se atribua ao presidente Jair Messias Bolsonaro esse atentado”, destacou, apelando por cautela ao julgar as responsabilidades.