A introdução alimentar marca uma das principais etapas na vida dos bebês e dos seus responsáveis, pois impacta diretamente na saúde, no desenvolvimento, nas preferências e nos hábitos alimentares dessas crianças. Essa fase é repleta de aprendizados e vai além de uma necessidade nutricional, podendo gerar ainda mais conexão entre pais e filhos. Todavia, muitos adultos têm dúvidas sobre como iniciar esse estágio, que deve ser desenvolvido com paciência, atenção e criatividade.
A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da UNINASSAU Petrolina, Ingrid Rafaella Reis, recomenda iniciar esse processo com alimentos naturais e in natura, garantindo, dessa forma, diversidade nutricional. “Banana, maçã, pera, mamão e abacate, legumes e verduras cozidas, como cenoura, abobrinha e batata-doce, são ótimas opções. E é importante oferecer uma opção de cada vez para o bebê conhecer sabores e também facilitar a identificação de possíveis alergias”, ressalta.
Por outro lado, algumas comidas devem ser deixadas de lado nos primeiros meses, pois podem ser de difícil digestão ou aumentar o risco de desencadear problemas de saúde. “Para crianças menores de um ano, é ideal evitar alimentos como o mel, devido ao risco de botulismo, leite de vaca e derivados. Além desses, ultraprocessados, qualquer item com adição de sal ou açúcar ou que cause risco de engasgo. É o caso de castanhas, uvas inteiras e pedaços grandes de vegetais crus, por exemplo”, alerta a nutricionista.
Ingrid ainda orienta como os responsáveis podem garantir que a criança receba todos os nutrientes necessários. “A diversidade é a chave. Oferecer comidas de diferentes grupos e cores é fundamental para promover um equilíbrio nutricional. Proteínas (carnes, ovos e leguminosas), carboidratos (arroz e mandioca), frutas e vegetais garantem essa pluralidade. Além disso, o acompanhamento com um nutricionista e um pediatra é importante para ajustar a alimentação conforme o desenvolvimento do bebê”, sugere.
Quando os pequenos demonstram rejeição ao novo, os adultos podem adotar algumas estratégias eficazes. “A persistência é essencial, pois, em alguns casos, o bebê precisa ser exposto várias vezes ao mesmo alimento antes de aceitá-lo. A dica é variar as texturas e o modo de preparo, utilizando utensílios lúdicos. Além disso, criar um ambiente positivo durante as refeições, comendo junto a ele, por exemplo, gera boas e agradáveis memórias, o deixando animado para provar outras coisas nas próximas vezes”, pontua Ingrid.
Ao longo da introdução alimentar, é fundamental os pais manterem um ambiente positivo, sempre com paciência para enfrentar os possíveis desafios e sem pressionar as crianças. “É importante lembrar que essa etapa inicial é muito mais sobre conhecer novos sabores e texturas. O aleitamento materno ainda é a principal fonte de nutrição até um ano. Além disso, o processo é gradual e pode ser lento. Forçar o bebê só vai dificultar para ambos os lados”, conclui a nutricionista.
Fonte: Assessoria Uninassau